Tudo o que se quer
É um colo para o desamparo humano
Que do conta-gotas, de quando em vez
Pingue uma lágrima de alegria
Tudo o que se quer
São metamorfoses
Que caibam na nossa finitude
Esse é o nosso grito
Para o presente que vier
31-12-2010
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
...Antes que amanheça
Lua em quarto minguante, estação verão
Nenhum latido, nem o ranger de uma porta
Sento-me à pequena mesa, confronto o branco
Venho para me resgatar
30-12-10
Nenhum latido, nem o ranger de uma porta
Sento-me à pequena mesa, confronto o branco
Venho para me resgatar
30-12-10
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Sessenta por cento......De aumento
Liberté
Égalité..........................Deputados.
Fraternité
22-12-10
Égalité..........................Deputados.
Fraternité
22-12-10
Posfácio
Restará um alegre vagabundo
Que pira no acorde de um blues
Alguém que aguarda uma carta, escrita à mão
Por um alienígena
22-12-2010
Que pira no acorde de um blues
Alguém que aguarda uma carta, escrita à mão
Por um alienígena
22-12-2010
Desprendimento
Brisa sumida
O que é feito de você
A saudade me castiga
Por que você não vem me ver...?
22-12-2010
O que é feito de você
A saudade me castiga
Por que você não vem me ver...?
22-12-2010
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
domingo, 19 de dezembro de 2010
Gratuito
Fluem conversas envoltas em aroma de baunilha, sorvetes aspirantes à celebridades
Tardes a iniciar pelo avesso, um cerimonial de travesseiros
Sinto cheiro de fronhas alegres, sem precisar de um motivo
19-12-2010
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Das derrotas
É bonito, dançante, alegre como deveria ser o sistema
Quando desponta o novo(antigo), sem crime
Ainda que...
Pra cima do meu time
14-12-10
Quando desponta o novo(antigo), sem crime
Ainda que...
Pra cima do meu time
14-12-10
Adrenalina
Travestido de traça
O mosquito abre mão de velejar no tapete
Prefere surfar rente ao rodapé
14-12-2010
14-12-2010
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Hebdomadário
Extraio dentes
Da engrenagem da noite
A fim de
Implantá-los na engrenagem da tarde
13-12-2010
Da engrenagem da noite
A fim de
Implantá-los na engrenagem da tarde
13-12-2010
domingo, 12 de dezembro de 2010
Caiu a ficha
O bolacha, quando garoto, era chegado a matar e prender passarinho. Bodoque, espingarda de chumbinho, gaiolas dos mais diferentes estilos, o que viesse ele traçava.
Era aficcionado, também, por rinhas de galo. Tinha um que era invencível.
Certa manhã, houve um desafio. Pra fazer frente ao galinho do bolacha, o desafiante foi o do Ademar. O duelo deu-se atrás da farmácia dos Tedoldi(da antiga).
Começa a luta, o galo do bolacha toma a iniciativa; pura covardia. Eu nunca havia visto um ser vivo apanhar tanto, a maior das crueldades. Do pescoço à cabeça, uma tela vermelha.
Até que, o pobre do galinho do Ademar disparou pelo terreno, com o multicampeão no seu encalço.
No instante que correram para apartar a peleia, o galo que fugia, subitamente parou e, ao mesmo tempo, girou(cento e oitenta graus), tinha seus esporões suspensos no ar.
Atingiu o outro, em cheio. Ferido gravemente, acocou-se e baixou a cabeça.
O bolacha foi prestar socorro. Quando viu que seu galo estava cego de um dos olhos, chorou. Depois, decidiu sacrificá-lo.
Desse dia em diante, nunca mais matou ou prendeu passarinho. E nem meteu-se em rinhas de galo.
12-12-10
Era aficcionado, também, por rinhas de galo. Tinha um que era invencível.
Certa manhã, houve um desafio. Pra fazer frente ao galinho do bolacha, o desafiante foi o do Ademar. O duelo deu-se atrás da farmácia dos Tedoldi(da antiga).
Começa a luta, o galo do bolacha toma a iniciativa; pura covardia. Eu nunca havia visto um ser vivo apanhar tanto, a maior das crueldades. Do pescoço à cabeça, uma tela vermelha.
Até que, o pobre do galinho do Ademar disparou pelo terreno, com o multicampeão no seu encalço.
No instante que correram para apartar a peleia, o galo que fugia, subitamente parou e, ao mesmo tempo, girou(cento e oitenta graus), tinha seus esporões suspensos no ar.
Atingiu o outro, em cheio. Ferido gravemente, acocou-se e baixou a cabeça.
O bolacha foi prestar socorro. Quando viu que seu galo estava cego de um dos olhos, chorou. Depois, decidiu sacrificá-lo.
Desse dia em diante, nunca mais matou ou prendeu passarinho. E nem meteu-se em rinhas de galo.
12-12-10
sábado, 11 de dezembro de 2010
moCa
Morena de Minas
Com esse andar de carioca
Que veste as cores do Salgueiro
Empresta às manhãs sorriso branco
Lenço pra qualquer pranto
Que vais fazer o dia inteiro?
11-12-10
Com esse andar de carioca
Que veste as cores do Salgueiro
Empresta às manhãs sorriso branco
Lenço pra qualquer pranto
Que vais fazer o dia inteiro?
11-12-10
Anunciação
Num piscar de primaveras
espaçosas três Marias vedam os olhos da cercas
Pequenas aranhas ensaiam no trapézio
para a estréia do verão
11-12-2010
espaçosas três Marias vedam os olhos da cercas
Pequenas aranhas ensaiam no trapézio
para a estréia do verão
11-12-2010
Suborno
Nuvem escura, se você não chorar agora
Vou ficar muito contente
Volto da caminhada com algumas samambaias
E um Saara de presente
11-12-10
Vou ficar muito contente
Volto da caminhada com algumas samambaias
E um Saara de presente
11-12-10
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Estado De Graça II
De manhãzinha
Garrafa de leite na soleira da casa
Padeiro que entrega o pão com carroça puxada por cavalos
Ninho de passarinho na praça
Médico que vem visitar a gente em casa
Reunião dançante em clube
Turma fazendo pirraça pelas ruas
Serenata até altas horas da madrugada
10-12-2010 e 08-04-2014
Garrafa de leite na soleira da casa
Padeiro que entrega o pão com carroça puxada por cavalos
Ninho de passarinho na praça
Médico que vem visitar a gente em casa
Reunião dançante em clube
Turma fazendo pirraça pelas ruas
Serenata até altas horas da madrugada
10-12-2010 e 08-04-2014
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Coadjuvante
Tesourinhas devem ser primas (próximas) dos gaviões.
O açougueiro da esquina as alimenta com carne.
De bocado, na mão, na hora do intervalo no serviço.
Quando ele falta, elas enlouquecem. Pousadas nos fios da rede elétrica e na árvore da calçada, lembram "Os pássaros" de Hitchcock.
Dia desses, apressei o passo; que eu não tô aí pra servir de ator, nem de picadinho de carne.
09-12-10
O açougueiro da esquina as alimenta com carne.
De bocado, na mão, na hora do intervalo no serviço.
Quando ele falta, elas enlouquecem. Pousadas nos fios da rede elétrica e na árvore da calçada, lembram "Os pássaros" de Hitchcock.
Dia desses, apressei o passo; que eu não tô aí pra servir de ator, nem de picadinho de carne.
09-12-10
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Tomografia
As suas feições...
Esteja você onde estiver
Não poderá escondê-las de Baudelaire
06-12-10
Esteja você onde estiver
Não poderá escondê-las de Baudelaire
06-12-10
Conta giros
Quando ela me diz
Que na minha cabeça falta um parafuso
Meu tesão vai à quinhentas mil rotações por minuto
06-12-10
Que na minha cabeça falta um parafuso
Meu tesão vai à quinhentas mil rotações por minuto
06-12-10
domingo, 5 de dezembro de 2010
Confessional
Arredo a cortina
Kamikazes andorinhas lançam-se no vão entre edifícios, eu me vejo nelas
A expectativa de pisar palcos abstratos, rotas para o aprendizado
Faz-nos semelhantes
Sou arame farpado. Firo, oxido, entorto, cortam-me...
Volto a ser união de alambrados, embora não seja escolha minha ser espinho
Poderia renascer grama, árvore, besouro, plâncton
Sinto-me, agora, urbano
Desejo voar, estar em muitos lugares ao mesmo tempo
Hoje e sempre, assim espero
05-12-10
Kamikazes andorinhas lançam-se no vão entre edifícios, eu me vejo nelas
A expectativa de pisar palcos abstratos, rotas para o aprendizado
Faz-nos semelhantes
Sou arame farpado. Firo, oxido, entorto, cortam-me...
Volto a ser união de alambrados, embora não seja escolha minha ser espinho
Poderia renascer grama, árvore, besouro, plâncton
Sinto-me, agora, urbano
Desejo voar, estar em muitos lugares ao mesmo tempo
Hoje e sempre, assim espero
05-12-10
sábado, 4 de dezembro de 2010
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Rota 66
"Uma correria"
Soa como queixa ou um
desaconselho
Não somos insetos de hotéis imundos
Que nas madrugadas
Disputam restos nas cozinhas
Desejo
Que ela vá pra rua de terninho
Mas que só sua pele
Toque nele
Por dentro
E que anoiteça
Quanto antes, melhor
03-12-2010
Soa como queixa ou um
desaconselho
Não somos insetos de hotéis imundos
Que nas madrugadas
Disputam restos nas cozinhas
Desejo
Que ela vá pra rua de terninho
Mas que só sua pele
Toque nele
Por dentro
E que anoiteça
Quanto antes, melhor
03-12-2010
Colmeia de duas
As operárias presenciaram a cena da cozinha
Ele fecundava-a na cama dela
Quando o zangão voou pela janela
A primeira apunhalou a segunda rainha
03-12-10
Ele fecundava-a na cama dela
Quando o zangão voou pela janela
A primeira apunhalou a segunda rainha
03-12-10
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Combustão
O encontro
Entre Vaughan e Albert King
Dividiu ao meio
A parte que era inteira de mim
02-12-10
Entre Vaughan e Albert King
Dividiu ao meio
A parte que era inteira de mim
02-12-10
Clamor
Meus chefes me chamam
Todos com cara de mistério
Estrelas, ventos solitários, ilusões, corujas, vertedouros, ipês, marés
Arlequins, samambaias, alfazemas e cabarés
Deve ser assunto sério
02-12-10
Todos com cara de mistério
Estrelas, ventos solitários, ilusões, corujas, vertedouros, ipês, marés
Arlequins, samambaias, alfazemas e cabarés
Deve ser assunto sério
02-12-10
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Ela
Da figueira na rua
Nem mais os braços deixam mostrar-se
Tomada de pudor
Esconde-os sob o verde do vestido
Tem os seus truques a musa
Insinua-se na aparente realidade do tronco
Parece poção de encantar
29-11-10
Nem mais os braços deixam mostrar-se
Tomada de pudor
Esconde-os sob o verde do vestido
Tem os seus truques a musa
Insinua-se na aparente realidade do tronco
Parece poção de encantar
29-11-10
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Noites estreladas
Agarra-te nas flores
Na cúpula de uma Basílica
Nas telas de Magrite
No trabalho solidário
Eu pego na mão da poesia
In der selben Badewane sind wir
Lá fora, voam balas traçantes
Abra a porta
Depare com a nossa face no espelho
26-11-2010
Na cúpula de uma Basílica
Nas telas de Magrite
No trabalho solidário
Eu pego na mão da poesia
In der selben Badewane sind wir
Lá fora, voam balas traçantes
Abra a porta
Depare com a nossa face no espelho
26-11-2010
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Cabine leito
Nas carícias dos teus dedos
No balanço do teu corpo
Viaja meu sangue em descompasso
No pompoar
Para encantar-se com a languidez das estações
24-11-2010
No balanço do teu corpo
Viaja meu sangue em descompasso
No pompoar
A tristeza vai embora de trem bala
Para encantar-se com a languidez das estações
24-11-2010
Orfandade(das renas)
Perdeu o gorro, o cinto e as pretas botas de couro, de madrugada
No samba, na cama
Tornou-se aluno de uma experiente fada
Lançou moda, a barba branca
Pela brasa do cigarro
Chamuscada
24-11-10
No samba, na cama
Tornou-se aluno de uma experiente fada
Lançou moda, a barba branca
Pela brasa do cigarro
Chamuscada
24-11-10
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Tapa do Mississipi
Não se escuta uma queixa de bastidor
Nenhum pedido exótico de superstar
Oitenta e quatro anos, trezentas tours em dezoito meses, pisa no palco o Bluesman
Nos vales da pele correm histórias de lágrimas docesalgadas
Sorri, deseja boa noite, entrelaça-se na Gibson e...
It burns !
23-11-10
Nenhum pedido exótico de superstar
Oitenta e quatro anos, trezentas tours em dezoito meses, pisa no palco o Bluesman
Nos vales da pele correm histórias de lágrimas docesalgadas
Sorri, deseja boa noite, entrelaça-se na Gibson e...
It burns !
23-11-10
Sob o mesmo teto
Há um congresso ao lado do hotel, na copa de um Jatobá
Família numerosa, mesa farta
Pequi, gabiroba, jenipapo, araticu, cagaita(com a gaita?)
Sucos e polpas que jamais provei
Visto-me as asas, abandono terno e gravata
Perco a palestra de salão, ganho aventura na mata
23-11-2010
Família numerosa, mesa farta
Pequi, gabiroba, jenipapo, araticu, cagaita(com a gaita?)
Sucos e polpas que jamais provei
Visto-me as asas, abandono terno e gravata
Perco a palestra de salão, ganho aventura na mata
23-11-2010
Nau
Sumiu
Como uma autêntica geminiana, detesta aniversariar
Perdi as velas na tempestade
Ahhh....pra onde vai minha proa
O mar não se importa com o leme meu
Destino engraçado, quem é de junho sou eu
23-11-10
Como uma autêntica geminiana, detesta aniversariar
Perdi as velas na tempestade
Ahhh....pra onde vai minha proa
O mar não se importa com o leme meu
Destino engraçado, quem é de junho sou eu
23-11-10
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Pequeno bolo esférico frito
Am Brill, estação subterrânea colada ao Strassebahn
Distraio-me com vitrines
Como o caminhão do lixo chegou aqui?
Passantes jogam restos, da caçamba do caminhão, sobre a minha cabeça
Alcanço a escada rolante, num esforço descomunal
No topo, acordo nas areias de Genipabu
22-11-10
Distraio-me com vitrines
Como o caminhão do lixo chegou aqui?
Passantes jogam restos, da caçamba do caminhão, sobre a minha cabeça
Alcanço a escada rolante, num esforço descomunal
No topo, acordo nas areias de Genipabu
22-11-10
sábado, 20 de novembro de 2010
Bed
When you can't sleep
And your loneliness grows
I think about you
If you think about me
Just let the river flow
20-11-10
And your loneliness grows
I think about you
If you think about me
Just let the river flow
20-11-10
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Mochila
Escova e pasta de dente, três cuecas
Um livro, um cd de Blues, outro de Samba e caneta
Meias não, porque tá muito quente, mais um monte de bobagens
Ela no meu peito e a alegria
Tô fechando minha bagagem
19-11-10
Um livro, um cd de Blues, outro de Samba e caneta
Meias não, porque tá muito quente, mais um monte de bobagens
Ela no meu peito e a alegria
Tô fechando minha bagagem
19-11-10
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Fragata rosa
" Sujos" versos derramo em teus ouvidos
Inflama-se minha pele de "bom moço"
Quero orgasmos teus inundando meus delírios
Passeios de língua nos esconderijos do teu corpo
Geme o silêncio, quando "xingo ":
Santa minha! Minha puta!
Meu modelo
Meu bom porto
18-11-2010
Inflama-se minha pele de "bom moço"
Quero orgasmos teus inundando meus delírios
Passeios de língua nos esconderijos do teu corpo
Geme o silêncio, quando "xingo ":
Santa minha! Minha puta!
Meu modelo
Meu bom porto
18-11-2010
Wide open eyes
Como parágrafo desconexo
Eu, quesitos sem respostas
Espelho sem reflexo
Tornei-me uma aposta
Uma larva
Eu, coração em brasa
Desatei a fazer versos
Pra defrontar os meus desertos
Criei asas
18-11-2010
Eu, quesitos sem respostas
Espelho sem reflexo
Tornei-me uma aposta
Uma larva
Eu, coração em brasa
Desatei a fazer versos
Pra defrontar os meus desertos
Criei asas
18-11-2010
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Das amizades
Podemos andar extraviados
Somos dois versos de pobre rima
Mas não nos jogamos fora
16-11-10
Somos dois versos de pobre rima
Mas não nos jogamos fora
16-11-10
Casablanca
Assim, chamava-se o Kneipe ( Bar) em Bremen.
Depois das três da manhã, só antigos clientes tinham acesso.
A menos que o porteiro fosse seu colega de curso de idiomas e resolvesse lhe dar uma colher de chá
Reflito sobre as "dores" de um poeta (ex-engenheiro ) neste mundo tão complicado.
Eu a vejo no balcão do Casablanca, pedindo várias "saideiras".
De repente, volta-se pra mim e diz : "você é brasileiro, gosta de Vinícius de Moraes"?
16-11-2010
Depois das três da manhã, só antigos clientes tinham acesso.
A menos que o porteiro fosse seu colega de curso de idiomas e resolvesse lhe dar uma colher de chá
Reflito sobre as "dores" de um poeta (ex-engenheiro ) neste mundo tão complicado.
Eu a vejo no balcão do Casablanca, pedindo várias "saideiras".
( doce melancolia)
De repente, volta-se pra mim e diz : "você é brasileiro, gosta de Vinícius de Moraes"?
.....
Fotografia, jlcalliari
16-11-2010
Nas costas
De beijar pálpebras cerradas
De ser a senha para o cofre dos teus olhos
De domar, mar e dor, que não é dor
Quando desfaz-te das vestes
De saber, que o tempo é um tripulante que se amotina
De suspender, no espaço, o movimento da mão no instante da despedida
Carrego a genealogia
Que me retalha em postas
********************************************
à Cecília Meireles("Não sou alegre, nem triste, sou poeta")
16-11-10
De ser a senha para o cofre dos teus olhos
De domar, mar e dor, que não é dor
Quando desfaz-te das vestes
De saber, que o tempo é um tripulante que se amotina
De suspender, no espaço, o movimento da mão no instante da despedida
Carrego a genealogia
Que me retalha em postas
********************************************
à Cecília Meireles("Não sou alegre, nem triste, sou poeta")
16-11-10
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
domingo, 14 de novembro de 2010
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
sábado, 6 de novembro de 2010
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Idiomas
Em terra estranha
Aflora a sensibilidade
Que o diga o instinto de defesa
Diferente do turista
Morador é concorrente
Uma simples ida à padaria pode ser um grande desafio
Humildade não é covardia
Acanhamento ou submissão
Arrogância não significa coragem
Da língua materna
Deve ser resgatada a bagagem
04-11-2010
Aflora a sensibilidade
Que o diga o instinto de defesa
Diferente do turista
Morador é concorrente
Uma simples ida à padaria pode ser um grande desafio
Humildade não é covardia
Acanhamento ou submissão
Arrogância não significa coragem
Da língua materna
Deve ser resgatada a bagagem
04-11-2010
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Escolhas II
Quando construí uma certa casa
Receava não chegar ao telhado, por causa da falta de dinheiro
Agora, abro a janela do quarto
Minha apreensão transferiu-se para o terreno ao lado
Não sei qual o motivo
A obra vizinha estagnou
Vejo-a relegada
Terminar uma casa é realizar um sonho
Espero
Receava não chegar ao telhado, por causa da falta de dinheiro
Agora, abro a janela do quarto
Minha apreensão transferiu-se para o terreno ao lado
Não sei qual o motivo
A obra vizinha estagnou
Vejo-a relegada
Terminar uma casa é realizar um sonho
Espero
Que o do vizinho se torne verdadeiro
03-11-2010
03-11-2010
sábado, 30 de outubro de 2010
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Nos arrecifes
O vaga-lume cruzou o breu do espaço
Como que a anunciar o calor
Extraviou-se do enxame
Como meus pensamentos de mim
Um navio orientando-se por um farol que se movimenta
Estamos bem arranjados, nós dois
28-10-10
Como que a anunciar o calor
Extraviou-se do enxame
Como meus pensamentos de mim
Um navio orientando-se por um farol que se movimenta
Estamos bem arranjados, nós dois
28-10-10
Sorriso
Entrego-lhe a muda de planta preferida
Recebo todo Branco do mundo estampado no sorriso
E
A vontade de rolar na neve
28-10-10
Recebo todo Branco do mundo estampado no sorriso
E
A vontade de rolar na neve
28-10-10
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
A atriz
"Um resistente", ela disse
Nada de Beverly Hills ou de Hollywood
Minha festa, de Nelson Cavaquinho
Era a senha para abrir seu coração
27-10-10
Nada de Beverly Hills ou de Hollywood
Minha festa, de Nelson Cavaquinho
Era a senha para abrir seu coração
27-10-10
Sessão da madrugada
Uma caixa lacrada no depósito
Rodeada de insetos
Prontos pra devorar lembranças
Se tivesse que escolher
Eu não seria papel armazenado
Nem diamante escondido
Eu queria me embrenhar pelos ralos
Domar o perigo das ruas
Eu queria encontrar você pelos bares
27-10-10
Rodeada de insetos
Prontos pra devorar lembranças
Se tivesse que escolher
Eu não seria papel armazenado
Nem diamante escondido
Eu queria me embrenhar pelos ralos
Domar o perigo das ruas
Eu queria encontrar você pelos bares
27-10-10
domingo, 24 de outubro de 2010
sábado, 23 de outubro de 2010
Ou......Ou
Se ele(a) ama a todos(os)
Ao mesmo tempo
Ou
Você o(a) tira da cabeça
Ou
Veleja na velocidade do vento
23-10-10
Ao mesmo tempo
Ou
Você o(a) tira da cabeça
Ou
Veleja na velocidade do vento
23-10-10
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Folha
Meu sapato perdeu-se na música
De certo à caminho do mar
Pra onde eu ia, adiei
E nem faço muitos projetos
Talvez, algum singelo
Que envolva areia
Castelos, remédios para a memória
Aprumo as narinas na direção do verde
Venta azul
Deito-me lâmina ao sabor das marés
22-10-10
De certo à caminho do mar
Pra onde eu ia, adiei
E nem faço muitos projetos
Talvez, algum singelo
Que envolva areia
Castelos, remédios para a memória
Aprumo as narinas na direção do verde
Venta azul
Deito-me lâmina ao sabor das marés
22-10-10
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Ao volante
Será ??
Que eu também sou assim
Mal humorado(a)
Pobre de mim
Tão mal comido(a)
Tão mal amado(a)
13-10-10
Que eu também sou assim
Mal humorado(a)
Pobre de mim
Tão mal comido(a)
Tão mal amado(a)
13-10-10
terça-feira, 12 de outubro de 2010
domingo, 10 de outubro de 2010
Dos instintos
Um vacilo da lagartixa
E aquele gavião de serra de plantão na chaminé da lareira
Faria o serviço
Um festival verdebrancoamarelo
Oculta as reais intenções do gato preto
Que mal espera o bocejo do sol
Torço pelo filhote de canário belga
Quem disse que a selva fica na África
Que fome tem hora marcada
10-10-10
E aquele gavião de serra de plantão na chaminé da lareira
Faria o serviço
Um festival verdebrancoamarelo
Oculta as reais intenções do gato preto
Que mal espera o bocejo do sol
Torço pelo filhote de canário belga
Quem disse que a selva fica na África
Que fome tem hora marcada
10-10-10
sábado, 9 de outubro de 2010
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Ostras
I
Adormeci mar
Quando dei por mim, estava você
II
A gente verte
III
Pra que nome, se tem seu cabelo
IV
Desperta-nos a lua cheia
V
Apenas, seguimos
Sabemos
que tropeçamos coração
VI
Sai fumaça da Maria
VII
Eu barco
Você onda
VIII
Tão, mas tão
que dispensa o resto
IX
Dois pares de asas pra um par
X
O dia é uma atriz no palco do teatro
XI
Violino Vivaldi
XII
Não, não se encontra em casa
a concha abriu e ela saiu
06-10-2019
Adormeci mar
Quando dei por mim, estava você
II
A gente verte
III
Pra que nome, se tem seu cabelo
IV
Desperta-nos a lua cheia
V
Apenas, seguimos
Sabemos
que tropeçamos coração
VI
Sai fumaça da Maria
VII
Eu barco
Você onda
VIII
Tão, mas tão
que dispensa o resto
IX
Dois pares de asas pra um par
X
O dia é uma atriz no palco do teatro
XI
Violino Vivaldi
XII
Não, não se encontra em casa
a concha abriu e ela saiu
06-10-2019
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Foda-se
A gente, que tem nome e sobrenome
A pseudo democracia
O pronome oblíquo
A sina de ser e não estar poeta
A civilização e o progresso
A ditadura
A rádio FM alheia ao blues
O comunismo e o capitalismo
A teoria, que não vira prática
......foda-se, foda-se a matemática
A obsessão pelo sucesso
04-10-10
A pseudo democracia
O pronome oblíquo
A sina de ser e não estar poeta
A civilização e o progresso
A ditadura
A rádio FM alheia ao blues
O comunismo e o capitalismo
A teoria, que não vira prática
......foda-se, foda-se a matemática
A obsessão pelo sucesso
04-10-10
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Recipro Cidades
Para certas cidades, seremos eternamente estranhos
Elas estão seguras na sua frieza
Nós (chaplinianos) somos errantes na exatidão de suas paralelas
São cidades belas (nas suas matemáticas)
Nós, aos seus traçados, alheios
Selamos nossos corações
As coisas , nestas cidades, estarão sempre nos seus devidos lugares
Elas estão seguras na sua frieza
Nós (chaplinianos) somos errantes na exatidão de suas paralelas
São cidades belas (nas suas matemáticas)
Nós, aos seus traçados, alheios
Selamos nossos corações
As coisas , nestas cidades, estarão sempre nos seus devidos lugares
Nos desconvidamos,
elegantemente
28-09-10
elegantemente
28-09-10
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Escala crescente
Você se descobre classe média(um otário), quando:
Compra à prestação um automóvel zero km, que custa sessenta e um mil reais
E
Sente-se mais otário quando:
Percebe que o protetor do cárter é um dos ítens opcionais
23-09-10
Compra à prestação um automóvel zero km, que custa sessenta e um mil reais
E
Sente-se mais otário quando:
Percebe que o protetor do cárter é um dos ítens opcionais
23-09-10
terça-feira, 21 de setembro de 2010
domingo, 19 de setembro de 2010
Voz materna
Chamando filho:
Cachorro! Vem pra casa!
Chamando cachorro:
Vem pra casa, meu filho...
19-09-10
Cachorro! Vem pra casa!
Chamando cachorro:
Vem pra casa, meu filho...
19-09-10
Escassez
Presente e futuro são dois robôs
Hiper abastecidos de informações
Que procuram água pra beber
19-09-10
Hiper abastecidos de informações
Que procuram água pra beber
19-09-10
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Habitat II
Uma após a outra
As letras, como grãos de milho
Iluminam minha trilha
Meu labirinto me sustenta
Até pouco antes da saída
Além dela
Ouvi dizer, reina escuridão
Nenhum cereal, nada de grão
13-09-2010
As letras, como grãos de milho
Iluminam minha trilha
Meu labirinto me sustenta
Até pouco antes da saída
Além dela
Ouvi dizer, reina escuridão
Nenhum cereal, nada de grão
13-09-2010
sábado, 11 de setembro de 2010
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
A dor
Nobre dama
Envolta em seu negro manto
Você não me assusta
Sua afiada foice
Com o poder da abreviatura
Eu a tenho como cura
Temo, sim,
Aquela que traz envelope lacrado
Eu daria a vida inteira
Pra ser dela poupado
09-10-10
Envolta em seu negro manto
Você não me assusta
Sua afiada foice
Com o poder da abreviatura
Eu a tenho como cura
Temo, sim,
Sua mensageira
Aquela que traz envelope lacrado
Eu daria a vida inteira
Pra ser dela poupado
09-10-10
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Limonada
Nadéjda, por mais que tentasse, não conseguia esquecê-lo.
Resolveu que iria à sessão de autógrafos, afinal,
Ele teria seu primeiro livro publicado, "Limões", poemas esquecidos, editora Alfabeta.
Ela era um maremoto de amor e de ódio. Ansiosa, furou a fila.
Ali, cara a cara, lascou: "Você fica dando uma de intelectual, no fundo quer mesmo é arrumar uma puta".
E, ele, de bate pronto : "Estou sem talão de cheques, você faria fiado, só por hoje"?
07-09-10
Resolveu que iria à sessão de autógrafos, afinal,
Ele teria seu primeiro livro publicado, "Limões", poemas esquecidos, editora Alfabeta.
Ela era um maremoto de amor e de ódio. Ansiosa, furou a fila.
Ali, cara a cara, lascou: "Você fica dando uma de intelectual, no fundo quer mesmo é arrumar uma puta".
E, ele, de bate pronto : "Estou sem talão de cheques, você faria fiado, só por hoje"?
07-09-10
domingo, 5 de setembro de 2010
Você já viu (quase) tudo
No feriado, os donos da casa não vieram
Um casal de quatis
Instalou-se no jardim em frente
Tão folgados, parecem gente
Tivesse piscina, estariam refestelados
De óculos ecuros e cauda felpuda ao sol
Perfeitamente adaptados
Agora a pouco, como sobremesa de domingo
Um deles, ao celular pela tele entrega, encomendou ambrosia
Estão se achando deuses no Olimpo
Querem pousar pra fotografia
05-09-10
Um casal de quatis
Instalou-se no jardim em frente
Tão folgados, parecem gente
Tivesse piscina, estariam refestelados
De óculos ecuros e cauda felpuda ao sol
Perfeitamente adaptados
Agora a pouco, como sobremesa de domingo
Um deles, ao celular pela tele entrega, encomendou ambrosia
Estão se achando deuses no Olimpo
Querem pousar pra fotografia
05-09-10
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Proteínas
Na Joana e no João não há músculos de barro
São celebridades da natureza
Andam, pelas sarjetas, à cata de grama seca e finos gravetos
Não frequentam academia
Num esforço de helicóptero, alçam voo até o ponto mais alto do poste
Carregam a "argamassa" no bico, pronta pra ser assentada
De costas para o pólo sul, vai nascendo a porta da casa
Na hora do lanche, o pânico instala-se na população de minhocas
Haja alimento pra sustentar esta dupla
Assim acontece toda primavera.
02-09-10
São celebridades da natureza
Andam, pelas sarjetas, à cata de grama seca e finos gravetos
Não frequentam academia
Num esforço de helicóptero, alçam voo até o ponto mais alto do poste
Carregam a "argamassa" no bico, pronta pra ser assentada
De costas para o pólo sul, vai nascendo a porta da casa
Na hora do lanche, o pânico instala-se na população de minhocas
Haja alimento pra sustentar esta dupla
Assim acontece toda primavera.
02-09-10
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
domingo, 22 de agosto de 2010
A(h)orta
Zomba
Pra driblar as dores
No momento de alerta
Preocupa-se com as alfaces
Quem regará os canteiros?
Simples, humilde trabalhador
Com o corpo abalado
Segue no circo
Palhaço batalhador
22-08-2010
Pra driblar as dores
No momento de alerta
Preocupa-se com as alfaces
Quem regará os canteiros?
Simples, humilde trabalhador
Com o corpo abalado
Segue no circo
Palhaço batalhador
22-08-2010
sábado, 21 de agosto de 2010
Bi-campeonadto da Libertadores das Américas
Pentelho mexicano encrava
Dói um pouco, mas logo morre
19-08-10
Retratação
Havia excluído este singelo aforismo
Dois dias após meu time se tornar Bi-campeão
Ledo engano
Como ignorar a poesia contida no berro
A qual ecoa nas vermelhas veias da paixão
21-08-10
Dói um pouco, mas logo morre
19-08-10
Retratação
Havia excluído este singelo aforismo
Dois dias após meu time se tornar Bi-campeão
Ledo engano
Como ignorar a poesia contida no berro
A qual ecoa nas vermelhas veias da paixão
21-08-10
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Casas de quadra inteira
Passeio por entre outdoors
Que estampam perfeitas peles expostas
Com joias e lingeries como ornamentos
A cidade não poderia ter mais bela opção
Das coberturas avista-se o bairro(outrora negro)
Que se chamava--ironicamente-- Mundo Novo
Existem preços entre o fim e o começo
E no caminho, muitos colarinhos brancos
"Ora, são os compassos", diria um compositor
17-08-2010
Que estampam perfeitas peles expostas
Com joias e lingeries como ornamentos
A cidade não poderia ter mais bela opção
Das coberturas avista-se o bairro(outrora negro)
Que se chamava--ironicamente-- Mundo Novo
Existem preços entre o fim e o começo
E no caminho, muitos colarinhos brancos
"Ora, são os compassos", diria um compositor
17-08-2010
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Alarme
As coisas de família ficam implícitas
No modo da gente se acomodar no sofá
Nos olhares, nos quadros
Que se afeiçoam às paredes
O alarme dispara, são quatro horas da manhã
Deve ser de algum automóvel ou cerca elétrica
"Preciso voltar pro interior, mas eu estou no interior":
Diz a voz do meu sono
"Quem sabe, o interior do interior"
Reclama o tácito em mim, semi-desperto, dependente da cidade
16-08-10
No modo da gente se acomodar no sofá
Nos olhares, nos quadros
Que se afeiçoam às paredes
O alarme dispara, são quatro horas da manhã
Deve ser de algum automóvel ou cerca elétrica
"Preciso voltar pro interior, mas eu estou no interior":
Diz a voz do meu sono
"Quem sabe, o interior do interior"
Reclama o tácito em mim, semi-desperto, dependente da cidade
16-08-10
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Viração
Contra vento de cara feia
Bem vinda é a caneca de cafeína
Na cinza dos minutos
Logo o breu se ilumina
13-08-10
Bem vinda é a caneca de cafeína
Na cinza dos minutos
Logo o breu se ilumina
13-08-10
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Susan
Abandonou seu país
Porque foi proibida de pintar
Infeliz
Foi viver em outro lugar
Retratava a saudade de sua terra
Não esquecia de seus governantes
Era artista, contra a guerra
12-08-10
Porque foi proibida de pintar
Infeliz
Foi viver em outro lugar
Retratava a saudade de sua terra
Não esquecia de seus governantes
Era artista, contra a guerra
12-08-10
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Grega
Quero o futuro grafado por Sibilea
No dorso da folha de uma figueira
Que o destino
Embaralhe ao desejo do vento
E que nenhum verso alegre ou triste possa mudá-lo
Eu queria
Que o acaso fosse meu alento
11-08-2010
No dorso da folha de uma figueira
Que o destino
Embaralhe ao desejo do vento
E que nenhum verso alegre ou triste possa mudá-lo
Eu queria
Que o acaso fosse meu alento
11-08-2010
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Lampedesejo
O sol desbanca o nevoeiro
Chega de mãos dadas com uma fada
De nome brisa
Pode ser um poema
Que avança para a primavera
Enquanto o outono agoniza
10-08-2010
Chega de mãos dadas com uma fada
De nome brisa
Pode ser um poema
Que avança para a primavera
Enquanto o outono agoniza
10-08-2010
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Trilhos
Tempo é questão de cabeça
Onde soltam-se e prendem-se amarras
Deve ser pra que a gente não esqueça
Que o danado é como um trem que não para
09-08-10
Onde soltam-se e prendem-se amarras
Deve ser pra que a gente não esqueça
Que o danado é como um trem que não para
09-08-10
domingo, 8 de agosto de 2010
Acordes
Deveria preservá-las
As frases inesperadas
Charadas que me assolam
Acordes de blues
Que revelam-se letras
Eu, mero instrumento do sentir
08-08-2010
As frases inesperadas
Charadas que me assolam
Acordes de blues
Que revelam-se letras
Eu, mero instrumento do sentir
08-08-2010
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Regata
O timoneiro de Netuno faz o barco zigue-zaguear entre os arrecifes no arquipélago das reticências
05-08-2010
05-08-2010
domingo, 1 de agosto de 2010
Vales e uvas
Onde o rio Carreiro encontra o das Antas
De cima da pedra grande, ainda domínio do primeiro
Vou cevando lambari.
Peixe daqui só aceita polenta feita em casa
Engole uva isabel de sobremesa.
Jundiá dá risada de espinhel, armado por gente da cidade
Dia desses, meu celular caiu no leito pedregoso
Um Jundiá, bem bigodudo, o devolveu na minha mão.
Em troca, pediu um gole de vinho, eu lhe atendi de bom grado
Decerto, era seu desejo ser fisgado previamente:
Semi-marinado
01-08-10
De cima da pedra grande, ainda domínio do primeiro
Vou cevando lambari.
Peixe daqui só aceita polenta feita em casa
Engole uva isabel de sobremesa.
Jundiá dá risada de espinhel, armado por gente da cidade
Dia desses, meu celular caiu no leito pedregoso
Um Jundiá, bem bigodudo, o devolveu na minha mão.
Em troca, pediu um gole de vinho, eu lhe atendi de bom grado
Decerto, era seu desejo ser fisgado previamente:
Semi-marinado
01-08-10
domingo, 25 de julho de 2010
Ares
Dos campos, eu me agasalho
Das serras, respiro
Das cidades, falo e transpiro
Do mar, escuto e calo
25-07-10
Das serras, respiro
Das cidades, falo e transpiro
Do mar, escuto e calo
25-07-10
sábado, 24 de julho de 2010
Nem tudo tem no Google
Nosso pai despertou-nos, antes do amanhecer
Ao lado de casa havia um terreno baldio, de esquina, com grama alta
Pela janela do quarto vi o mundo branco
Tanta era a neve, que os mentirosos da cidade nem ousaram aumentar a quantidade.
Durante o café, soubemos pelo rádio que as aulas haviam sido canceladas
Na praça central houve festa
Sentia-me importante, no alto dos meus 11 anos, meio às pessoas mais velhas
Ao menos, até os pés congelarem e minha mãe me passar uma carraspana
Meus dedos roxos demoraram para aquecer no fogão à lenha.
Nenhuma casa era mais aconchegante que a nossa
24-07-10
Ao lado de casa havia um terreno baldio, de esquina, com grama alta
Pela janela do quarto vi o mundo branco
Tanta era a neve, que os mentirosos da cidade nem ousaram aumentar a quantidade.
Durante o café, soubemos pelo rádio que as aulas haviam sido canceladas
Na praça central houve festa
Sentia-me importante, no alto dos meus 11 anos, meio às pessoas mais velhas
Ao menos, até os pés congelarem e minha mãe me passar uma carraspana
Meus dedos roxos demoraram para aquecer no fogão à lenha.
Nenhuma casa era mais aconchegante que a nossa
24-07-10
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Acanhado
Por trás dos flocos
De celeste algodão
Surge o Voyeur
Como testemunha de viroses
E ela, junto ao corpo
Carrega a primavera em camadas
Num passeio acebolado fashion
O astro espreita
Aguarda o verão
Como se fosse um amante proscrito
23-07-2010
De celeste algodão
Surge o Voyeur
Como testemunha de viroses
E ela, junto ao corpo
Carrega a primavera em camadas
Num passeio acebolado fashion
O astro espreita
Aguarda o verão
Como se fosse um amante proscrito
23-07-2010
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Corneto
Chegou para jantar-nos
Traiçoeiro liquidificador
Muitos não tiraram a sorte
Monstro noturno
Rasgou as encostas do vale
Dizem que uivava, sedento de morte
22-07-10
Traiçoeiro liquidificador
Muitos não tiraram a sorte
Monstro noturno
Rasgou as encostas do vale
Dizem que uivava, sedento de morte
22-07-10
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Auditório II
Ó, Araújo, calado Viana!!
Ilumine as cabeças
Que projetam pra você
Um novo
Teto de estrelas
21-07-2010
Ilumine as cabeças
Que projetam pra você
Um novo
Teto de estrelas
21-07-2010
Rodas
Por entre corpos e ferros
Ainda não a sirene, só berros
Passa o cão, que late
Em nome de quem, prossegue o abate?
21-07-10
Ainda não a sirene, só berros
Passa o cão, que late
Em nome de quem, prossegue o abate?
21-07-10
domingo, 18 de julho de 2010
sexta-feira, 16 de julho de 2010
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Descamação
Destreza é sinônimo de pele
Que troca todo dia
Pra tentar vencer a própria
E a alheia ignorância
15-07-10
Que troca todo dia
Pra tentar vencer a própria
E a alheia ignorância
15-07-10
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Prosa metódica
Pra largar o cigarro, fume charuto apagado
Se, passados alguns dias, não der resultado
Acenda o charuto
14-07-10
Se, passados alguns dias, não der resultado
Acenda o charuto
14-07-10
terça-feira, 13 de julho de 2010
domingo, 11 de julho de 2010
Bico de luz
Onde há gente, rola trepada
Por prazer, pena, grana, amor
Ou por um degrau da escada
11-07-10
Por prazer, pena, grana, amor
Ou por um degrau da escada
11-07-10
Lentes escuras
O sol das manhãs de domingo
Envolve como cobertor de lã
Parece abraço amigo
De um pai
11-07-2010
Envolve como cobertor de lã
Parece abraço amigo
De um pai
11-07-2010
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Oco, não oco
Quando ando, por demais, cheio
De vazio
No meu recheio
Gostaria
Que meu novo Eu
Logo retornasse, cheio
Mas não de vazio
No meu recheio
06-04-2017
De vazio
No meu recheio
Gostaria
Que meu novo Eu
Logo retornasse, cheio
Mas não de vazio
No meu recheio
06-04-2017
terça-feira, 6 de julho de 2010
domingo, 4 de julho de 2010
sábado, 3 de julho de 2010
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Por uma resposta
A Voyager
Viaja pelo espaço
Abriga no ventre um blues
"Alguém pode me contar, o que é a alma de um homem"?
A noite era escura, canta Blind Willie Johnson
À espera de um eco na solidão de luzes
02-07-10
Viaja pelo espaço
Abriga no ventre um blues
"Alguém pode me contar, o que é a alma de um homem"?
A noite era escura, canta Blind Willie Johnson
À espera de um eco na solidão de luzes
02-07-10
terça-feira, 29 de junho de 2010
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Degustação
Fosse da chuva o convite
Iria ao bar
Faria meu ninho no canto
Sob o chapéu da marquise
Papel, caneta
Morosos goles de lua
Afagos da tua silhueta
28-06-10
Iria ao bar
Faria meu ninho no canto
Sob o chapéu da marquise
Papel, caneta
Morosos goles de lua
Afagos da tua silhueta
28-06-10
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Metamorfoses
Desencantos, encontros, paixões
Receios, inércias, expectativas, insucessos
Afinidades, amores
Dinheiro, culpas e engrenagens
Em água, em vida
Deveria ser tudo transformado
25-06-10
Receios, inércias, expectativas, insucessos
Afinidades, amores
Dinheiro, culpas e engrenagens
Em água, em vida
Deveria ser tudo transformado
25-06-10
quinta-feira, 24 de junho de 2010
sexta-feira, 18 de junho de 2010
quarta-feira, 16 de junho de 2010
sábado, 12 de junho de 2010
quinta-feira, 10 de junho de 2010
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Eufemismo irônico
Dezenove mil litros de petróleo
Largados no mar
Por dia
Poderia ser melhor
Afinal de contas
Isto é pura poesia
09-06-10
Largados no mar
Por dia
Poderia ser melhor
Afinal de contas
Isto é pura poesia
09-06-10
Desconhecidas paragens
Na escuridão
No brilho que ofusca
As palavras são batedoras imprudentes
Que buscam perder-se por aí
09-06-10
No brilho que ofusca
As palavras são batedoras imprudentes
Que buscam perder-se por aí
09-06-10
domingo, 6 de junho de 2010
Valor da moeda
Cinco horas da manhã
Anuncia o antigo relógio de mesa, recém consertado.
Depois disso, mais nada
Nem o som de um respiro
O silêncio é um bem inegociável.
06-06-10
Anuncia o antigo relógio de mesa, recém consertado.
Depois disso, mais nada
Nem o som de um respiro
O silêncio é um bem inegociável.
06-06-10
terça-feira, 1 de junho de 2010
Instante
Puxa
A porta do apartamento
E percebe
Lá dentro
As chaves descansam no breve passado
01-06-10
A porta do apartamento
E percebe
Lá dentro
As chaves descansam no breve passado
01-06-10
domingo, 30 de maio de 2010
Quem sabe
Quem sabe eu entenda
Que o show segue um roteiro
Em vez de querer
Que minha música toque de uma vez
***
Quem sabe eu aprenda
A tocar meu próprio violão
***
Quem sabe eu cesse
De tanto me cobrar
***
Quem sabe eu cresça, um dia...
30-05-10
Que o show segue um roteiro
Em vez de querer
Que minha música toque de uma vez
***
Quem sabe eu aprenda
A tocar meu próprio violão
***
Quem sabe eu cesse
De tanto me cobrar
***
Quem sabe eu cresça, um dia...
30-05-10
terça-feira, 25 de maio de 2010
Garça ao óleo
Tingem-se minhas penas
Com o líquido escuro
Era meu o mar do planeta
Agora humanamente inviável
Eu canto
porque o momento exige
Nem pena eu sinto
25-05-10
Com o líquido escuro
Era meu o mar do planeta
Agora humanamente inviável
Eu canto
porque o momento exige
Nem pena eu sinto
25-05-10
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Alicerces
Do sertão com filhos à tiracolo
Atrás de uma vaga pra recepcionista
Um pouco poeta, um pouco artista
Lavando roupa, cantando
Por fome, se prostituir
Parece drama de cinema
Mas é alicerce de país
20-05-10
Atrás de uma vaga pra recepcionista
Um pouco poeta, um pouco artista
Lavando roupa, cantando
Por fome, se prostituir
Parece drama de cinema
Mas é alicerce de país
20-05-10
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Arco-íris
Cores querendo ser
Refratário
Efêmero estar
Luz
Que vem se mostrar
19-05-2010
Fotografia, jlcalliari
Refratário
Efêmero estar
Luz
Que vem se mostrar
19-05-2010
Fotografia, jlcalliari
Campainha
Ding Dong !
É a realidade na porta
Ela quer seu lugar no poema
Inesperada
Por vezes, tenaz e impiedosa
Sem pena do escritor
Apesar disso, traja saia
Traz amor, já é parte do verso
Ele quer ser merecedor
19-05-2010
É a realidade na porta
Ela quer seu lugar no poema
Inesperada
Por vezes, tenaz e impiedosa
Sem pena do escritor
Apesar disso, traja saia
Traz amor, já é parte do verso
Ele quer ser merecedor
19-05-2010
terça-feira, 18 de maio de 2010
segunda-feira, 17 de maio de 2010
sábado, 15 de maio de 2010
Por quem elas dobram
As sacadas fazem-me confidência
Resguardam-se no outono
Por amor à Portela
15-05-2010
Resguardam-se no outono
Por amor à Portela
15-05-2010
sexta-feira, 14 de maio de 2010
terça-feira, 11 de maio de 2010
Petit Paquet
Tô aqui
Tentando formar uma linda frase
Pra te impressionar
Se ela não vier
Mando-te minha alma
Pelo correio
11-05-10
Tentando formar uma linda frase
Pra te impressionar
Se ela não vier
Mando-te minha alma
Pelo correio
11-05-10
Férias de verão
Figada, Marmelada, Goiabada, Pessegada...
Lá em casa, fazia-se em tachos de cobre comprados dos ciganos
A leitura das linhas das palmas das mãos vinha de brinde
Nosso futuro era sempre promissor
Os grãos de uva cozinhavam, até esquecerem-se que eram grãos
Açúcar, vinha do armazém, em sacos de sessenta quilos, caia no tacho em avalanche
Mexe que mexe com a pá de madeira!
Da fervura vinha o aroma
Quando atingia o ponto, meu pai passava para os coadores
Extraia o suco e engarrafava
Só de olhar dava água na boca
Na hora de beber, ele dizia:
Suco de uva "engrossa" o sangue !
11-05-2010
Lá em casa, fazia-se em tachos de cobre comprados dos ciganos
A leitura das linhas das palmas das mãos vinha de brinde
Nosso futuro era sempre promissor
Os grãos de uva cozinhavam, até esquecerem-se que eram grãos
Açúcar, vinha do armazém, em sacos de sessenta quilos, caia no tacho em avalanche
Mexe que mexe com a pá de madeira!
Da fervura vinha o aroma
Quando atingia o ponto, meu pai passava para os coadores
Extraia o suco e engarrafava
Só de olhar dava água na boca
Na hora de beber, ele dizia:
Suco de uva "engrossa" o sangue !
11-05-2010
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Dos motivos
Meu bom dia acorda cedo
Meio abobalhado
07-05-2010
Meio abobalhado
Com vontade de esquecer
Ando pelas ruas
Apressado
Como se fosse te ver
07-05-2010
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Eu mesmo, múltiplo
O que me gera é o pensamento
Dependo do exercício de imaginar
Quero saber navegar nas minhas marés
Ser comparsa de meus ventos
Quero meu dia a dia, sem o faz de conta
Intruso fel no meu habitat
06-05-10
Dependo do exercício de imaginar
Quero saber navegar nas minhas marés
Ser comparsa de meus ventos
Quero meu dia a dia, sem o faz de conta
Intruso fel no meu habitat
06-05-10
terça-feira, 4 de maio de 2010
Chapado de sentimento
Tuas luas como as minhas
Se elas falassem de solidões
Soariam feito notas musicais
04-05-10
Se elas falassem de solidões
Soariam feito notas musicais
04-05-10
Meus sinais
Sou a minha própria armadilha
Erro por aí
Meus descaminhos partem numa caravana sem rumo
Sou a solução que sonha demais
04-05-2010
Erro por aí
Meus descaminhos partem numa caravana sem rumo
Sou a solução que sonha demais
04-05-2010
segunda-feira, 3 de maio de 2010
domingo, 2 de maio de 2010
Poesia é Pã
Vivo escrevendo sobre as coisas
Em vez de guardá-las dentro de mim
É o mínimo que posso fazer
02-04-10
Em vez de guardá-las dentro de mim
É o mínimo que posso fazer
02-04-10
sábado, 1 de maio de 2010
Lousiana, Mississippi und Alabama
Gerade angekommen
Direkt aus dem Tief
Erdöl für Eure Strände
Als tödlicher Brief
01-05-10
Direkt aus dem Tief
Erdöl für Eure Strände
Als tödlicher Brief
01-05-10
sexta-feira, 30 de abril de 2010
Turmas
Uma turma vai para o lago
Espelha-se na superfície
Enxerga coisas no fundo
A outra
A outra
Prefere o raso do espelho
30-04-10
30-04-10
segunda-feira, 19 de abril de 2010
A cara do centro
Fizeram a cidade escutar
Sua própria voz
Num dia qualquer da semana
Ela fingiu só ter ouvidos
Para o som do "três em um"
De uma vizinha
Quantos pratos tinha que por na mesa
Nunca lhe perguntaram
Pobre cidade
Abrigo de personagens ocultos
Sonegam-lhe a paisagem, a vista para o rio
19-04-10
Sua própria voz
Num dia qualquer da semana
Ela fingiu só ter ouvidos
Para o som do "três em um"
De uma vizinha
Quantos pratos tinha que por na mesa
Nunca lhe perguntaram
Pobre cidade
Abrigo de personagens ocultos
Sonegam-lhe a paisagem, a vista para o rio
19-04-10
sábado, 17 de abril de 2010
It's time
A rainy day in my mind
It's all that my body needs
My heart says that's autum time
And he's tired of the summer breeze
17-04-10
It's all that my body needs
My heart says that's autum time
And he's tired of the summer breeze
17-04-10
sábado, 10 de abril de 2010
Flashes
Temos tarecos guardados nos depósitos da alma
Assemelham-se a arestas, que
Nem sempre machucam
Sentimos, quando delas lembramos
Que somos meio malucos
10-04-10
Assemelham-se a arestas, que
Nem sempre machucam
Sentimos, quando delas lembramos
Que somos meio malucos
10-04-10
sábado, 3 de abril de 2010
Noviço
As palavras não pedem licença para sumirem
Há muito a ser "dito"
Por vêzes, não se é capaz
Em vez de ar, fumaça
Frieza na íris, onde outrora brilhava o castanho dos olhos
Abre-se um livro, a gente é como uma criança que engatinha
03-04-10
Há muito a ser "dito"
Por vêzes, não se é capaz
Em vez de ar, fumaça
Frieza na íris, onde outrora brilhava o castanho dos olhos
Abre-se um livro, a gente é como uma criança que engatinha
03-04-10
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Fazendo arte
Como se quisesse colo, desabafou:
"Acho que ando muito amargo".
"Não gosto de mim assim".
Ela disse que, na dose certa
A amargura poderia se transformar em arte.
Então, ele levou um pedaço de chocolate à boca
E sorveu-o, lentamente...
01-04-10
"Acho que ando muito amargo".
"Não gosto de mim assim".
Ela disse que, na dose certa
A amargura poderia se transformar em arte.
Então, ele levou um pedaço de chocolate à boca
E sorveu-o, lentamente...
01-04-10
terça-feira, 30 de março de 2010
domingo, 28 de março de 2010
Olhos mendigos
Pediam-se em silêncio
Embaraçados
Indiferentes ao apelo das mãos
Surpreendidos
Necessitavam-se com urgência
Apesar dos labirintos
28-03-10
Embaraçados
Indiferentes ao apelo das mãos
Surpreendidos
Necessitavam-se com urgência
Apesar dos labirintos
28-03-10
Despedida do verão
Da torre da pequena igreja
Anuncia o sino
Que o outono se avizinha
Tem-se um domingo de paz
De desbotados verdes
Parece que o relógio parou
Como que compadecido com a metamorfose das cores
28-03-10
Anuncia o sino
Que o outono se avizinha
Tem-se um domingo de paz
De desbotados verdes
Parece que o relógio parou
Como que compadecido com a metamorfose das cores
28-03-10
sábado, 27 de março de 2010
sexta-feira, 26 de março de 2010
Travesseiros
Quando desperta-me na madrugada com sua manha de que "nada aspira"
Ela me vira pelo avesso, é uma orgia sem fim e nem começo
Minha fêmea é um poema que respira
26-03-10
Ela me vira pelo avesso, é uma orgia sem fim e nem começo
Minha fêmea é um poema que respira
26-03-10
quinta-feira, 25 de março de 2010
sábado, 20 de março de 2010
Hendrix
Um trem, enfim
Alma carente de estrada
Cidades de Blues
Range o aço
Neva e ele ressucita
20-03-10
Alma carente de estrada
Cidades de Blues
Range o aço
Neva e ele ressucita
20-03-10
Papo de ante-sala de consultório médico
Antiácido? Ah, sim! Aceito.
Minha filha precisa ser aprovada.
Eu disse à ela que ela precisa ser famosa
e ganhar muito dinheiro.
Quero que ela se torne uma celebridade, sabe?
Sei....Meu garoto, por enquanto, deseja ser aprendiz de escritor.
20-03-2010
Minha filha precisa ser aprovada.
Eu disse à ela que ela precisa ser famosa
e ganhar muito dinheiro.
Quero que ela se torne uma celebridade, sabe?
Sei....Meu garoto, por enquanto, deseja ser aprendiz de escritor.
20-03-2010
sexta-feira, 19 de março de 2010
Miopia
A gente tira os óculos
Com o pretexto de limpá-los
Pra ver o mundo como ele é
Com eles, o mundo só faz de conta
19-03-10
Com o pretexto de limpá-los
Pra ver o mundo como ele é
Com eles, o mundo só faz de conta
19-03-10
Das safras
Naquela estrela é tempo de germinar
Vou até lá, apanho algumas sementes
Pra levares na tua carruagem
Junto aos teus sonhos de menina
Eu vou até aquela estrela
Depois, volto pra te buscar
Lá vou encontrar
A felicidade que não termina
19-03-2010
Vou até lá, apanho algumas sementes
Pra levares na tua carruagem
Junto aos teus sonhos de menina
Eu vou até aquela estrela
Depois, volto pra te buscar
Lá vou encontrar
A felicidade que não termina
19-03-2010
segunda-feira, 15 de março de 2010
Cinema no Aeroporto
Café em Hamburgo
Siesta em Madrid
Blues em Utrecht
Samba na Lapa
Terra da gente decola
E aterrissa com a gente
Água de coco em Tambaú
15-03-10
Siesta em Madrid
Blues em Utrecht
Samba na Lapa
Terra da gente decola
E aterrissa com a gente
Água de coco em Tambaú
15-03-10
quinta-feira, 11 de março de 2010
Perdas e ganhos
Ela acordou ainda de porre.
A primeira coisa em que reparou,
foi no espaço vazio da estante.
Seu mais querido livro....
Lembrou daquela vez em que o vinil
--Concerto para Bangladesh--sumiu para sempre,
depois de uma festa.
Raro LP.
Uma mão amparava a dor de cabeça.
A outra, tateava o piso à cata da calcinha.
11-03-10
A primeira coisa em que reparou,
foi no espaço vazio da estante.
Seu mais querido livro....
Lembrou daquela vez em que o vinil
--Concerto para Bangladesh--sumiu para sempre,
depois de uma festa.
Raro LP.
Uma mão amparava a dor de cabeça.
A outra, tateava o piso à cata da calcinha.
11-03-10
terça-feira, 9 de março de 2010
Neither rhyme nor reason
It's my fault, baby
I believe
When you say
That you need me
But I think
you are a fake
And we would try to learn the lessons
Darkness
Has to give us a brake
09-03-10
I believe
When you say
That you need me
But I think
you are a fake
And we would try to learn the lessons
Darkness
Has to give us a brake
09-03-10
Desígnios
Cartas de maios passados
Musique-as
Para que elas pairem na leveza do ar
Bilhetes de perfumados setembros
Arrolhe-os
Jogue as garrafas ao mar
Melhor aventurar-se nas correntes migratórias
Do que perecer de solidão nas gavetas
09-03-10
Musique-as
Para que elas pairem na leveza do ar
Bilhetes de perfumados setembros
Arrolhe-os
Jogue as garrafas ao mar
Melhor aventurar-se nas correntes migratórias
Do que perecer de solidão nas gavetas
09-03-10
sábado, 6 de março de 2010
Das confidências do vento
Escuto o mar
Sinto o prazer que ele sente
Quando toca a areia
Escuto a areia
Sinto o prazer que ela sente
Quando toca o mar
06-03-2010
Fotografia, jlcalliari
Armação da Piedade
Sinto o prazer que ele sente
Quando toca a areia
Escuto a areia
Sinto o prazer que ela sente
Quando toca o mar
06-03-2010
Fotografia, jlcalliari
Armação da Piedade
sexta-feira, 5 de março de 2010
Sangue andaluz
Quer partir minhas vidraças
Cravar unhas na carne
Parece um girassol faminto de vida
Roça-se na minha pele com ar de despedida
Pantalha aquecida
05-03-10
Cravar unhas na carne
Parece um girassol faminto de vida
Roça-se na minha pele com ar de despedida
Pantalha aquecida
05-03-10
quarta-feira, 3 de março de 2010
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Imagens pra você
Se, um dia,
lhe agradar um poema
Vou lê-lo
até meus olhos cansarem
Farei dele meu travesseiro de penas
E se, por acaso, perguntarem
Por que assim,
a imaginar, eu me atrevo
Diga que não é pra mim
Mas pra você que eu escrevo
24-02-10
lhe agradar um poema
Vou lê-lo
até meus olhos cansarem
Farei dele meu travesseiro de penas
E se, por acaso, perguntarem
Por que assim,
a imaginar, eu me atrevo
Diga que não é pra mim
Mas pra você que eu escrevo
24-02-10
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Retrô
à Ana Cristina César (1952-83), pela inspiração
I
Anfitriã
Noturno esconderijo,
oNde o orvalho sussurra adjetivos,
Por entre nesgas de luz
Ora da lua, ora da rua
Dribla suas folhas escuras
Para lamber convidados
II
Seringueira,
Dama da esquina, charme do bairro
Guardiã
De encantadores, impublicáveis prefácios
Em noites
De casais enamorados
23-02-2010
sábado, 20 de fevereiro de 2010
Diana
Aquele brilho,
de discrição disfarçado, é das mulheres raras
É como um blues,
que torna fardos mais leves
Aqueles suaves movimentos,
catalizadores de hormônios
Fazem habitantes das planícies
Querer brincar de caça e caçador
20-02-10
de discrição disfarçado, é das mulheres raras
É como um blues,
que torna fardos mais leves
Aqueles suaves movimentos,
catalizadores de hormônios
Fazem habitantes das planícies
Querer brincar de caça e caçador
20-02-10
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Cheiros de infância
Eu acordei com narinas de baunilha
Envolvidas por aromas de cravo e canela
Uma voz me chama
pra lamber as panelas
que o doce tá pronto pro forno
Eu acho que tem merengue, calda de ameixa
Montanha Russa?
As pás da batedeira não param de perguntar
Quando a voz não chama canta uma reza,
com ela o bolo cresce bonito
Parece um poema nascendo
01-02-10
Envolvidas por aromas de cravo e canela
Uma voz me chama
pra lamber as panelas
que o doce tá pronto pro forno
Eu acho que tem merengue, calda de ameixa
Montanha Russa?
As pás da batedeira não param de perguntar
Quando a voz não chama canta uma reza,
com ela o bolo cresce bonito
Parece um poema nascendo
01-02-10
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Das tentativas
Tem dias, a gente se desculpa por nada
Engole um sapo, depois sente-se vazio
Daqueles que só mar preenche
Pensa-se em simplicidade, humildade, sabedoria...
Tantas palavras no
Vem a vontade de jogar os sapatos pra longe, bem longe, muito longe
Um longe sem gente
28-01-2012
Engole um sapo, depois sente-se vazio
Daqueles que só mar preenche
Pensa-se em simplicidade, humildade, sabedoria...
Tantas palavras no
Vem a vontade de jogar os sapatos pra longe, bem longe, muito longe
Um longe sem gente
28-01-2012
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Roda de Chuva
Banho na rua é como roda de samba que acontece de improviso
É atrasar a saideira
Esquecer o relógio a semana inteira
Pra se encantar com um sorriso
27-01-10
É atrasar a saideira
Esquecer o relógio a semana inteira
Pra se encantar com um sorriso
27-01-10
Pingos de samba
Da chuva de verão
A gente nuca deve fugir
Ela benze ninho de passarinho
Na melancolia da árvore recém podada
Chuva de verão faz carinho
27-01-10
A gente nuca deve fugir
Ela benze ninho de passarinho
Na melancolia da árvore recém podada
Chuva de verão faz carinho
27-01-10
domingo, 24 de janeiro de 2010
Tubos de ensaio
Será que somos todos protocolados?
Com o reforço de carimbos
pra que não se incluam personagens
nas entrelinhas ?
Meu bem,
tudo é tão retilíneo
Que pra sobreviver
fazemos curvas em fantasias
24-01-10
Com o reforço de carimbos
pra que não se incluam personagens
nas entrelinhas ?
Meu bem,
tudo é tão retilíneo
Que pra sobreviver
fazemos curvas em fantasias
24-01-10
sábado, 23 de janeiro de 2010
Zoeira
É dia de festa!
Do alto dos pinheiros, anunciam as soberanas gralhas
Arruaceiros tucanos,
filhotes de canários e caturritas fazem mais barulho que um bando de pica-paus
Um pássaro especial, nem sei seu nome,
cabeça laranja ( cor da bandeira da Holanda)
Pescoço amarelo, negro ao redor dos olhos,
peito azul oceano e cauda cinza-chumbo devora as sementes da árvore nativa
Eu, que não toco nenhum instrumento musical,
acumulo nova frustração
Gostaria de cantar como eles...
23-01-2010
Do alto dos pinheiros, anunciam as soberanas gralhas
Arruaceiros tucanos,
filhotes de canários e caturritas fazem mais barulho que um bando de pica-paus
Um pássaro especial, nem sei seu nome,
cabeça laranja ( cor da bandeira da Holanda)
Pescoço amarelo, negro ao redor dos olhos,
peito azul oceano e cauda cinza-chumbo devora as sementes da árvore nativa
Eu, que não toco nenhum instrumento musical,
acumulo nova frustração
Gostaria de cantar como eles...
23-01-2010
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
sábado, 16 de janeiro de 2010
Das manhas
Um dia, pra que eu possa me resgatar
Vinte e quatro horas, não um mês.
De entre lençóis
De cama satisfeita, desarrumada.
Um apenas
Em que palavras venham desarmadas
Um duelo de armas brancas de lâminas sem fio
Eu lhe ofereço a pele
Você acende o pavio
16-01-10
Vinte e quatro horas, não um mês.
De entre lençóis
De cama satisfeita, desarrumada.
Um apenas
Em que palavras venham desarmadas
Um duelo de armas brancas de lâminas sem fio
Eu lhe ofereço a pele
Você acende o pavio
16-01-10
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
sábado, 9 de janeiro de 2010
Retratos que falam
Barco com jardim na proa, no centro da cidade
Sorvete, na neve, que anda de bicicleta
Músicos de rua com cara de Van Gogh
Café da manhã em albergue da juventude
Festivais de Blues e Rock ao ar livre
no verão
Tulipas são entidades
Tempo e Felicidade viajam de trem bala
09-01-2010
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Mandioca com coco
Durou alguns segundos meu sonho,
não mais que trinta, penso eu
A mão subia pelo furo do bôlo,
Souza Leão, talvez
Abrindo-se,
como que esperando uma oferenda
Alcançei-lhe uma garrafa de rum,
um punhado de fios de ovos.
E ela se recolheu.
06-01-10
não mais que trinta, penso eu
A mão subia pelo furo do bôlo,
Souza Leão, talvez
Abrindo-se,
como que esperando uma oferenda
Alcançei-lhe uma garrafa de rum,
um punhado de fios de ovos.
E ela se recolheu.
06-01-10
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Dicker Engel
Einfach eine Kneipe
an der Ecke
Wo man ausser trinkt,
sich ablenkt
Nur ein Wunder, Kein Trend
05-01-10
an der Ecke
Wo man ausser trinkt,
sich ablenkt
Nur ein Wunder, Kein Trend
05-01-10
domingo, 3 de janeiro de 2010
Dos tempos
Ouvi um poeta dizer,
que perdeu a ingenuidade
Que não mais ilude-se
Nas rodas de samba
a gente lamenta,
que tenha de ser assim...
03-01-10
que perdeu a ingenuidade
Que não mais ilude-se
Nas rodas de samba
a gente lamenta,
que tenha de ser assim...
03-01-10
sábado, 2 de janeiro de 2010
O baile I
Leio
Desconcentro-me
Beijo pálpebras cerradas
(como se o beijar de olhos pudesse trazer-te)
Cada página virada é como uma nova música
Cada linha, uma dança
Um verso, um lugar
Somente teu
Onde esqueço de mim
02-01-10
Desconcentro-me
Beijo pálpebras cerradas
(como se o beijar de olhos pudesse trazer-te)
Cada página virada é como uma nova música
Cada linha, uma dança
Um verso, um lugar
Somente teu
Onde esqueço de mim
02-01-10
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