O bolacha, quando garoto, era chegado a matar e prender passarinho. Bodoque, espingarda de chumbinho, gaiolas dos mais diferentes estilos, o que viesse ele traçava.
Era aficcionado, também, por rinhas de galo. Tinha um que era invencível.
Certa manhã, houve um desafio. Pra fazer frente ao galinho do bolacha, o desafiante foi o do Ademar. O duelo deu-se atrás da farmácia dos Tedoldi(da antiga).
Começa a luta, o galo do bolacha toma a iniciativa; pura covardia. Eu nunca havia visto um ser vivo apanhar tanto, a maior das crueldades. Do pescoço à cabeça, uma tela vermelha.
Até que, o pobre do galinho do Ademar disparou pelo terreno, com o multicampeão no seu encalço.
No instante que correram para apartar a peleia, o galo que fugia, subitamente parou e, ao mesmo tempo, girou(cento e oitenta graus), tinha seus esporões suspensos no ar.
Atingiu o outro, em cheio. Ferido gravemente, acocou-se e baixou a cabeça.
O bolacha foi prestar socorro. Quando viu que seu galo estava cego de um dos olhos, chorou. Depois, decidiu sacrificá-lo.
Desse dia em diante, nunca mais matou ou prendeu passarinho. E nem meteu-se em rinhas de galo.
12-12-10
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Me puxaste essa lágrima sentida.
ResponderExcluirSou dos animais, a mais louca protetora!
Obrigada Poeta.