sábado, 31 de dezembro de 2011

Pombo-correio

Se você encontrar alguém que tem as mesmas afinidades que você, eu desejo que ambos se completem na mesma história. Quando ela acabar, espero que o enredo entre vocês tenha valido a pena.

31-12-2011

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Teoria e prática

Todo poeta quer ser grande!.....?
Mas
Nenhum quer levar a carga por ser um grande poeta

20-12-2011

Trenzinho

............arEuescrevoPrameperderReescrevoPrameencontrarEuescrevoPrameencontarReescrevoPrameperderEuescrevoPrame.............

20-12-2011

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Sinos de prata

O meu verso calçou botas
Vestiu-se de vermelho e branco
Foi pra rua secar os prantos
É tudo isso o que lhe importa

19-12-2011

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Das críticas e autocríticas

Quem pensa que o(a) poeta tem resposta pra tudo, deveria procurar o(a) analista
Se o(a) analista pensa que tem todas as respostas, deveria procurar o(a) poeta

Se a pessoa é (ao mesmo tempo) analista e poeta, que seja por alguém perdoado...

09-12-2011

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Ditame

De três em três horas, um lanchinho e hidratante no...

07-12-2012

Nocaute

Frente à porta do elevador,
Vai ao solo o inoxidável Eterna Matic


Vidro traseiro para um lado
Caixa  e máquina para o outro


Não sei se a eternidade 
Tem remendo


Porém
Como é frágil seu conceito


2011


domingo, 4 de dezembro de 2011

Encontro com Hubert Sumlin

Toda vez que um músico de blues parte, ele leva um pedaço de mim
Eu me ofereço "inteiro" como companhia, mas sempre escuto:

"Sem pressa, a encruzilhada não vai sair de lá"

04-12-2012

sábado, 3 de dezembro de 2011

(Feliz) Cidade

Café no ninho, sol, céu azul........caminhada
Você..........................um verso passarinho
E mais nada

03-12-2012

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Tormenta

Quero fugir do mofado armazém
Descarto cinema, sem freios viaja o trem

Me leva pro mar, quero encontrar o acaso
Passa da hora
Vamos agarrar nossa vez

Meu corpo é teu cais, me desmancha o vestido
Nas ondas, que norte que rondas
O amor tem seguido?

Aborda meu barco, invade minha cama
Reclama do sábado
Me fere de vida, me bebe de assalto

02-12-2011

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Tenuidade

Pelos correios
Amélia recebe o presente

Chocolates sortidos chegam sãos e salvos ao destino

Entende a moça
Que o remetente quer comprá-la com iguarias

Então, decepciona-o

Francisco sepulta a admiração
Que por ela nutria

29-11-2011

Mutação ecológica

Eu já fui gente, agora sou lagarto
Estou contente, andava farto

Não vou mais pra patente
Quando preciso, faço no mato

Como homem, poluia os rios, me achava inteligente
Agora, não mais me acho, de fato

29-11-2011

domingo, 27 de novembro de 2011

Comissão de frente

Abacateiro, figueira, parreiral de uvas, jaboticabeira, limoeiro, nogueira, mamoeiro, amoreira, bananeira, Pessegueiro, limeira, laranjeira do céu, de umbigo e uma outra (cujo fruto nos dava o suco para beber e Fazer doces) habitavam os fundos da casa onde cresci.

27-11-2011

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Canoa

Todo escritor
Todo artista é meio a meio

Meio ele, meio personagem
Pegamos nos remos da canoa
Quando embarcamos nessa viagem

25-11-2011

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Segunda pele

Quando tocam no nome dele(a)
Brilham teus olhos mais que diamantes
Tua alma sai pela madrugada
A abençoar todos amantes

Se o coração sai do teu peito
Pra sambar enlouquecido
É porque a cuíca chama o nome dela(e)
Sussurra bálsamo(veneno) em teus ouvidos

O silêncio, disfarçado de amigo
Estende o tapete na tua sala
Quando deitas sobre ele
Sonhas com as letras que te embalam

24-11-2011

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Das dores de cada um

Deixar-se tatuar dói? Ela responde: " viver dói mais" 22-11-2011

Catamarã

Ao bocejar, a cidade parece rio em ebulição

Navego em catamarã
Tripulante clandestino, sigo a rota que leva à ilha dos brinquedos

No lugar de onde relutarei partir
Para onde almejarei voltar, uma singela flor pode mudar o destino

Ao espreguiçar, a cidade parece rio em ebulição

22-11-2011

sábado, 19 de novembro de 2011

Ateliê dos Narcisos

Acomodada na banheira frente ao espelho, a medusa contempla a mais bela obra.

Por testemunha, o cálice de vinho sobre o balcão de mármore.

Mudos e perplexos, Baco e cristal desconhecem a linguagem dos sinais.

19-11-2011

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Pub de aeroporto

Circula no saguão a dama, passageira do vôo 6521
Recém chegada da Ilha de Creta
Habitué no mercado de Istambul

Aterra na mesa de canto, luz discreta
Guardanapos bordados em azul

Perante os deuses do lúpulo e a bolacha do copo, reflete:
O que lhe reservaria de bom a vindoura paisagem

Na saideira, comunica ao garçom:
"Solidão também é bagagem"!

17-11-11

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Mar urbano

À toa por aí, feito um cão mendigo
Vai (des)colando seus pedaços

A garrafa na mão é seu amuleto
Leva poemas debaixo do braço
Eles adornam o mapa das ruas do gueto

Cai a chuva, recorre aos goles amigos
Na retina busca o rodado de uma saia

Sob as marquises encontra seus abrigos
A areia de sua praia

14-11-2011

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Fantasma da feira do livro

Madrugada na praça, em círculos
Ela caminha frente às estantes cerradas

Quer pagar a fiança de alguns títulos
Alçar voo sem rumo, sentir  suas asas

11-11-11

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Prefixo (51)

Eles disseram que as coisas iriam mudar
Eu refleti, porque não acreditar?

Virei minha ampulheta
Pensei que era um cara livre
Até tentar uma missão impossível:
Cancelar a linha do telefone celular

10-11-11

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Ousar(se)

Que se abram as janelas
Pra observar o novo que desfila

Enquanto luz, acreditar

Abolir a estática de não sorrir
De, eternamente, adiar

Esconde uma cilada o verbo iludir(se)

24-10-11

sábado, 22 de outubro de 2011

(Deli) cadência

Tem coração que é cuidadoso no compasso

A gente gostaria de tê-lo por perto
Parece oásis em deserto

É coração que segue a cadência das palavras bonitas
Independente do idioma, a percussão traduzida é sempre a mesma:
Delicadeza

Outro coração, outro poema

22-10-2011

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Mãos da primavera

Do seio da névoa, um tímido piar
Depois música, letra..........música e letra
E com a luz, o sabiá

Que dia! Veste um manto de causar inveja aos demais

Os ponteiros do relógio repartindo-se em pequenos flocos
Pra serem degustados lentamente, como sorvete

20-10-11

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Aprendiz

O Blues é professor
Tudo o que vem, um dia se vai
Quem escuta é aprendiz

Quando a mulher quer, envia sinais
Chama, dá a entender com arte, despede-se
A letra dele é quem diz

19-10-11

domingo, 16 de outubro de 2011

Pretinha

Pra combinar com a chuva

Ela veste pretinha
Na cinza manhã

Sua pele namora o jeito do dia

Que nela vê
A mais fina uva

16-10-2011

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Palcos móveis

Onde está o chão...

Onde está?

Sob os pés da cantora que flutua?

Dentro da gente...

Na palavra não pronunciada?

Nos sonhos inatingíveis...


Onde está o antídoto ?


Dentro da gente estará 
O que resta de céu...


 13-10-11

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Dos lubrificantes para os olhos

Oportuno fiapo de linha branca, instalou-se na preta e longa meia
Curso de rio, desenhado pelo dedo indicador com nascente no entre coxas

Que tipo de fêmea é essa...

12-10-11

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Die Engels

Levitam.............................sie erheben sich
Falam de cinema.....................reden über Kino
Soam feito música seus nomes........ihre Namen klingen als ob Musik wären

Tem mais encantos que as sereias...... bezaubernder als Sirenen

Embelezam o mar da Bahia................schmücken Bahia's Küste
Anjos da guarda das baleias.............. Schützengels Der Walfische

07-10-11

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O bar do Aldo

O bar do Aldo é exclusivamente fechado
Não por selecionar a clientela, mas por tratar-se de um ambiente sem janelas

Na popa, trabalham duas hélices
São as escravas da churrasqueira

Na cozinha tem sopão
E
Um caderno pra receber poesia, do outro lado do balcão

Na proa, rola carteado
A tripulação escapa pela frente, quando o mar fica agitado

Sobra lá dentro o Aldo, faceiro ao timão pendurado

03-10-11

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Inumanos

Tem dias, a gente desperta desperta velho
Tem dias, florescemos adolescentes

Noutros,  adormecemos feito crianças
Há aqueles, nem parece que somos gente

28-09-11

domingo, 25 de setembro de 2011

Observações durante uma profícua caminhada

Apartamentos que custam em média dois milhões de dólares

Quem pode, troca o ferro pelo vidro espesso e temperado ao cercar o jardim

Babás uniformizadas passeiam

Mulher, 26 anos, embriagada, oito e quinze da manhã, adormece ao volante de carro importado, bate em outro estacionado(perda total) e foge

Alheios, pássaros saúdam a nova estação

25-09-11

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Som repetido

Às vêzes, dentro da gente habita um carrasco
De tudo que se faça, nada parece ser bom
Letras aprontam homéricos fiascos
Dias de melodias fora de tom

O coração é como aquela solitária canoa
Teimando contra a correnteza do rio
Nas margens, a voz da mata ecoa
Rema! Rema!, este é o teu desafio

23-09-11

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Sunshine's Blues

Well, you say I'm your cure
I'm leaving you, baby
Won't be back no more

It's springtime
I have my way to do
Can't you see?
I'm like a dark cloud over you

Everyone has sorrows
Our hearts aren't made of steel
I wish us a better day tomorrow
A slow blues will come to dry our tears

21-09-11

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Grades

Antes da pólvora
Queima o pavio

O tempo almoça
E janta o desafio

Não figurava na sulista enciclopédia

Dizia-se:
"É coisa de São Paulo e Rio de Janeiro"!

Cerca seu medo a classe média
Enquanto ganha o pão o serralheiro

16-09-2011

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Ledo engano

"Sou poeta"!
Foi como o som de um tiro disparado à queima-roupa

Como se, esse "ser" o poder mantivesse
De reter a chave da felicidade

13-09-11

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Vista da proa

Ela larga as panelas
Vai pra janela

Solta as amarras
Segue a escola, norte a sul

Vai descalça
Remexer sonhos na areia
Samba a pulsar nas veias

No corpo o calor da cachaça
Ela é juventude, banhada em azul

09-09-11

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Vista da popa

Samba a escola, eternamente
Chama a voz do verão

Há tempos zarpou o barco

No cais, ainda ressoam as despedidas
Mãos em movimento de adeus

Crianças, que seguirão espelhos
Descobridores futuros e piratas de além quebra-mar

08-09-11

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Visitas

As horas vieram me dizer
Que estão, um pouco, agoniadas

Deve ser
Por causa da anunciada tempestade

Da sala vem um estranho burburinho
Seres alados habitam a chaminé

Meu café necessita imediata atenção

Da mesma forma, o canarinho
Ele voa pela casa

Tento apanhá-lo, ele é ágil

Graças ao encontro dos rodapés
Na terceira tentativa, tenho sucesso

Com o cotovelo, faço correr a janela
Estendo os braços para a liberdade

05-09-2011

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Scena cinque (Colosseu)

Convidativo, veste-se de verde o semáforo pra você--pedestre--

Em cima da faixa de segurança, você tenta...

02-09-11

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Pesopotência

No portão do prédio, dou de cara com um sabiá mais gordo do que eu.
Vem dele o canto noturno, quando confunde o brilho das luminárias com o sol.

Exibe no peito a cor das laranjas de época, suponho ser a mesma da felicidade.

Pelo tamanho da minhoca, que no seu bico se debate, concluo que deva ter uma família numerosa, ou o cantarolar da madrugada abre o apetite, isto explicaria seu sobrepeso.

Sigo ladeira acima, penosamente, com meu insignificante coração um ponto zero.
Eu gostaria de saber, como ele consegue alçar vôo, rechonchudo como é...

23-08-11

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Samba das casas separadas

Em algum lugar distante
Você sofre com a TPM
Não se sabe neste instante
Se o barco está sem leme

Meus porres, minhas solidões
Angústias e prisões
Você, mulher
Haveria de administrar?

Não, eu vou para o alto mar e vou sozinho
Pra que estragar sua flor
Com o ferrão do meu espinho

16-08-11

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Retomada

Secam as lágrimas, não a tristeza
A tristeza é um rio amplo e silencioso

Questiono o que não é para ser
Doem duas dores: uma em carne viva, outra cicatriz antiga

Mansas, as páginas consideram
Necessária será a continuidade da leitura

A qualquer momento, se cessar o latejo, amainar-se-á  a perda
Será encontro de rio e mar, quando eu voltar pra mim

03-08-11

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Quatro mãos

Encurta a distância,
Uma leve carga agrega-se ao exercício aeróbico.

Incontáveis são os desenhos no caminho de casa até o mercado.

Certas pedras agrupam-se,
Parece que buscam arrimo entre arestas irregulares.


Servem de pano de fundo para um cenário revirado.


Junto ao humo, jovens folhas e frágeis galhos sucumbem à tempestade;
Rendem-se ao inverno.

Para os pássaros, o cardápio no solo é promissor.

Quem cozinha é a chuva, quem serve é o vento.


São dois artistas afeitos a encontros noturnos que pintam suas orgias a quatro mãos.



21-07-2011
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Fotografia, jlcalliari

segunda-feira, 18 de julho de 2011

sábado, 16 de julho de 2011

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Norte

I

Os ratos, no centro histórico de Gênova,

Esgueiram-se pelas estreitas ruelas
Caminham sobre um tapete de seringas usadas
Tem uma lágrima suspensa no canto do olho

II

Sob o assoalho dos Pubs
Eles esboçam um sorriso quase humano

III

Nem tudo está perdido, se despencar uma gota de cerveja
E sobrarem restos nos pratos dos turistas

IV

Os ratos do cais, em Gênova

Almejam partir do porto de Los Palos
Atrás das caravelas de Colombo

V

São ratos, aos tombos afeitos
Que não encontram um Norte em terra firme

VI

Mas navegam
Lendo as estrelas

15-07-2011

domingo, 10 de julho de 2011

Plenitude

Vivia junto ao escuro abismo das almas
Outros ventos devolveram-lhe à claridade

Jovens vozes quebram nas pedras, agora
Enquanto as espumas deitam-se nas areias

Elas trazem as mornas lufadas, águas cristalinas

Um novo mar
Repleto de adereços, que a chamam

Para que se refaça
Em outra latitude

10-07-2011

domingo, 3 de julho de 2011

Antes da curva

Em frente ao cinema, trocávamos revistas em quadrinhos.
A EBAL(Editora Brasil America) detinha os direitos das mais cobiçadas: Superman, Batman,Zorro, Os Sobrinhos do Capitão, Tarzan.

Mandrake, Cavaleiro Negro eram da Rio Gráfica Editora e, se não me engano, O Fantasma também.

Em cartaz, quase sempre um Bang-Bang. Vilão, chamávamos de bandido, herói de mocinho.

Quanto aos doces, eu os vendia no armazém frente à praça.
Da "bala" de mel, eu não gostava.

A compensação vinha através dos "cubos" de pasta de amendoim(Diziolis), dos pirulitos, tijolinhos de banana e das azedinhas. Chocolate pertencia às especiarias.

O gosto açucarado da "bala" de goma, igualzinha a essa que excursiona pelos meus dentes, revive em mim os beijos na tela das matinês de domingo, enquanto meus olhos despertam para a placa de sinalização:

"Curva Acentuada à Direita" !!

03-07-11

sábado, 2 de julho de 2011

O estranho

Deve ter aulas particulares com o pica-pau
Seu longo bico "varre" o tronco da velha nogueira totalmente nua

É da cor do barro, mas não é João

Pra mim, o ar gelado é uma gaiola
Pra ele, uma folgança

02-07-11

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Santo forte

Quando fez o pedido pra Santo Antonio
Dois desejos ela tinha

Queria casar com outra(o)
Para ser amada, amante minha

29-06-11

terça-feira, 28 de junho de 2011

Imagem

Minha andança só faz sentido
Sobre o papel em branco
Meu espelho, meu confronto
Arco e flecha do cupido

28-06-11

sábado, 25 de junho de 2011

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Fétiche

Quando chegar agosto, apareça no bar
De meias compridas, vá ao toilette

...Caminhe devagar...

Retorne com um sorriso no ar, uma alegria contida
Mais nada, sob o vestido solto

24-06-11

Cabra cega

Não é o(a) outro(a) que intimida, a gente é que se esconde

24-06-11

quinta-feira, 23 de junho de 2011

terça-feira, 21 de junho de 2011

Signature's Blues

Her baby is gone
She's alone

She's dishonest
It's not her faul

Doesn't come from the cradle
She's dishonest

The brewing house loses seldom one's way
When the beer gets a label

21-06-11

domingo, 19 de junho de 2011

Verão simulado

Acordem!, fotografias nas gavetas
Facas de cozinha e guardanapos

Acordem!, panos e pratos
Mamão teimoso
Caixas de som na sala
Acorda quadro, acorda souvenir!

Despertem, cálices e copos
Camisas no varal improvisado

Acordem para os dias de "Allegro ma non troppo"
Pois agitam-se as saias no falso verão

19-06-11

sábado, 18 de junho de 2011

Ela sabe o que ela tem

Ela é o tempo, o espaço do meu pensamento
O vento, da minha vela o alimento

Ela é guia, farol na tempestade
Droga, antídoto pra saudade

Arrepio na pele de quem sente
Tem um jeito, que de tão perfeito
Disfarça o menor defeito

Ela é a frase principal
A música no apartamento
O verbo que me conjuga
A poesia em movimento

18-06-11

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ticket só de ida

Rola na cama a noite inteira, embrenha-se por ruelas, vales, parreirais, rios de leitos basálticos
Doma mares bravios
Coisa mesmo sem sentido, sente saudade nem sabe de que

Muito mal humorado, cruza por Barcelona
Abusado, reclama da carona

Dores e dores calcanhares, toma o rumo da Dinamarca
No convés do navio, apanha gaivotas no vôo com a cara contra o frio

O sol mal boceja, escapa pela frestinha da porta
Um senhor muito agitado, este poema que não volta

17-06-2011

Hospitais

Trazer o silêncio aqui pra fora

Internar o barulho lá dentro

É tudo o que eu avento

17-06-11

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Contenda

"Está desobstruindo o nariz"?, pergunta a enfermeira na hora da nebulização.
"Rahã- rhã", vem como resposta.
Tomou conta de mim a mesma alegria que me invade, quando topo com versos distintos.
Haveria novos rounds, mas este já estava ganho.

16-06-11

domingo, 12 de junho de 2011

Sol em Amsterdam

Na ausência, lamentaram as árvores do bairro
Canetas permaneceram esquecidas nos estojos

Agora, elas bebem dos tinteiros

Enfeitam-se as calçadas
Tapetes multicores revestem o basalto

Parece que pintores aprontam seus pincéis

Cada barco será um bar

Acolá  uma banda toca
Em troca de um cachê decente

Eu espero...

12-06-2011

sábado, 11 de junho de 2011

Rosa branca

Em (turvo) amarelo
Testemunha o lucivelo:

Anelante,
Ela me acolhe entre suas pétalas

Expande-se, se entrega

............................

Confia

11-06-11

quinta-feira, 9 de junho de 2011

terça-feira, 7 de junho de 2011

Linha do Equa......dor

Eu quero ir pra onde o frio não dói

07-06-11

Dos pontos de vista

Você diz
Que eu uso a poesia pra seduzir
Escondo-me atrás dela

Haverá outra maneira de eu não me dividir?

Se toda vez que ela chega
Meu peito é dor que não é dor
Quarto apertado sem janela

07-06-11

sábado, 4 de junho de 2011

Engenho poético

Enquanto o vestido dela dança
Bebo vinho

Como em sonho de criança
Torno-me cúmplice do vento

Ela traz a poesia que se perdeu pelo caminho
Estímulo para meu alento

04-06-2011

Fotografia, junho de 2015

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Rendição

O vislumbrar colorido é breve
Os pinheiros serão mais negros com a neve

Não se apresse!
Embora as gralhas já não palrem
O outono amarelece, inunda os campos de beleza

As folhas deitam-se sobre os rios
Mesclam-se aos dedos das sombras

Parece que a tristeza capitula à preciosidade do silêncio

01-06-11

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Ressaca sem fim

Arrancar o poema da parede
Rasgá-lo em dois

Separar
Negros de brancos

Queimar livros
Então, o "Depois"

30-05-11

sábado, 28 de maio de 2011

Jardim de inverno

Sua mão tocou a minha --  sem querer ?  --  sobre as teclas do piano
Meu sapato saiu do pé esquerdo

Esta noite
Será nosso o enredo

28-05-11

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Dos novos amores

Coloca-se a lâmina de barbear sob a torneira na água corrente gelada. As moléculas do aço se contraem. Ela fica afiadíssima. Passa a acariciar a pele como se os pêlos não fossem obstáculos a serem transpostos.

Assim é o novo amor

27-05-11

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Abajur

Reina no ambiente a lareira
Muito mais soberana que a calma

Ambas mesclam-se ao sofá
Encontram gestos, namoram palavras

Tudo que é supérfluo deságua na (des)harmonia
Enquanto o lume acaricia a pantalha...

26-05-2011, 31-05-2013

terça-feira, 24 de maio de 2011

Descalços

Certos poemas caminham sobre o fio da navalha
Brincam com as dores

De quem os recebe
De quem os concebe

Arraigados jogadores

24-05-11

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Santa Bela Catarina

Que falta faz
A praia dos Inglêses
Tão limpa como era

Mata-fome
As Galés e a ilha do Arvoredo

Que falta faz Ibiraquera !

Cavaquinho
Violão e o Adami
Velha Guarda da Portela

Carnaval
Maria Salete, sua família
A Lisete

As serestas
No acampamento do Calhau

O mar dava "bom dia"
Quando a bateria ia se banhar

A gente nem dormia
Pro sonho não  acabar

Fotografia, jlcalliari
Costeira da Armação


23-05-2011

Lado Bom

Segunda rima com Bunda

23-05-11

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Percussão




No brotar da lágrima


 O coração
 Avesso aos Porquês


 Bate não, bate sim
 E
 Cala-se, por fim


 19-05-2011

segunda-feira, 16 de maio de 2011

domingo, 15 de maio de 2011

King's Place

"Let me show you", sings The Legend
His guitar sounds like hell

Well, He doesn't need to show us anything

The Living Proof was born
Where the blues begins

15-05-11...... for Buddy Guy

sábado, 14 de maio de 2011

Andanças

Tem gente que largou tudo
Mudou pra bem longe, tempos depois retornou

Que quer largar, novamente, mas reluta
Se conseguir, nem pensa em voltar

Tem gente que não quer
Que quer, mas nunca largou

Para essa gente, o tempo ficou

14-05-11

Urbanas

Ao excesso de CO2 alheias, hibernam na calçada as goiabeiras

14-05-11

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Pirulito

Acorde! "Lábios carnudos", acorde!
Vem andar de bicicleta

Acorde! Meu bem, acorde!
Que os marrecos fazem troça
Pula poça, Pula poça

Clama pelo doce o menino
Lá da praia do Cassino

Venha ver a pequena aranha
Acrobata na sua teia

Venha olhar o maçarico com seu bico

Venha despertar a tatuíra
Que dorme no esconderijo de areia

13-05-11

quarta-feira, 11 de maio de 2011

terça-feira, 10 de maio de 2011

Espaço 3D

Desvencilhada do carretel
A melancolia borda o caminho

Percebe-se o entorno gramado, pedras coloridas,
As pequenas pontes sobre os regatos, os moinhos d'água...

Araras de primavera

O tempo torna-se desimportante

No final, uma casinha aos pés da serra

Quase esqueço
Tem chaminé

10-05-2011

domingo, 8 de maio de 2011

La Bellucci

No outono-inverno
Veste-se o céu de cinza lamento

Pingentes de chuva querem percorrer seus cabelos
Inertes folhas deitam no cimento

Sabiás na primavera
Habitam galhos lindeiros

Verde musgo
É o tom do despertar no seu espelho

No verão
Pardais indiscretos pernoitam no abacateiro

À espreita na janela
Almejam ser seu travesseiro

08-05-2011

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Tintas

Acanhado
O sol achega-se à janela
Meus olhos bebem verde, terra e azul

Xaxim, quem te pintou assim?

Cortina, véu
Me ensina a ficar suspenso no céu

Um violino repousa sobre um tapete amarelo
O orvalho pensa ter encontrado seu destino

Abraço-me ao plátano, o instrumento valsa
Enciuma-se o poema
Quem resiste a um tucano alvorecer...

05-05-2011

quarta-feira, 4 de maio de 2011

R(V)azão

Banho morno, poros faciais dilatados, lâmina na pele

Pia, barba, água, peace in the world e........o ralo

04-05-11

terça-feira, 3 de maio de 2011

Luvas

A transição,  dona do silêncio que  implora
Esquece das melodias do verão

Saboreia a ausência dos pássaros, afasta a fuligem das horas
Parece que busca o inverno com as mãos

03-05-11

domingo, 24 de abril de 2011

O mar e a mulher

O fundo do mar surpreende
Como a beleza da mulher

Também vaidoso
Quando claro, convida, se enfeita

Se opaco, esconde
Rejeita

Ambos gêmeos
Guardam profunda intimidade

O mar pelo  carisma
A mulher prima pela liberdade

O mar permite a descoberta
Mas tem uma linha de alerta

Ele traz peixes, Ela gera filhos

A lua, as marés, os ventos
São trilhos

Netuno diz
Que ao vento o mar obedece

O vento muda
O mar permanece

Segredos do mar são segredos de mulher

Ele mostra, se quiser
Ela conta pra quem quer

Igualmente amados, benditos complicados

O mar por ser mar
A mulher por ser mulher

24-04-2011

sábado, 23 de abril de 2011

Prescrição

Esbalde-se, de quando em vez
Com um(a) super cafajeste

Ele(a) será seu(sua) confidente
Para equilibrar a auto-estima

Faça bom uso, molde-o(a) do seu jeito
Até livrar-se do tédio

Ao terminar o tratamento
Jogue no lixo o remédio

23-04-2011

sexta-feira, 22 de abril de 2011

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Tic-Tac

As bobagens
A gente as diz e escuta para suportar as estocadas dos ponteiros dos segundos

20-04-2011

Cavaquinho

Senhora Alegria, como vai ser agora
Passa da hora, a madrugada precisa ir embora
E a melancolia teima em voltar

20-04-11

Lastros



Pacotes pesados 


Jogue-os ao vento


Afinal, o que é que tem?

O vento é de todos
E é de ninguém

20-04-2011 e 02-05-2013

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Antes e depois

Quando criança
A gente brinca de esconde-esconde
Até a turma se cansar

Depois, a gente cresce
Se esconde
Esquece de brincar

18-04-2011

Fotografia, jlcalliari

Imaginar

Poesia não é feita pra entender
É pra viajar

18-04-11

domingo, 17 de abril de 2011

Curta metragem

Embarquei na canoa
Escondestes os remos
Pincelei no tinteiro
A cartolina era tua

Eu abri o viveiro
Lacrastes a porta
Plantei uma árvore
Nem isso te importa

Saí pra boemia
Dançastes comigo
Dividi minha cama, sem querer uma dona
Mas o filme era antigo

17-04-11

Nevoeiro com chuva e........Puccini

O bolo(chocolate/baunilha) olha no fundo dos meus olhos

Eu disparo:

"Decifra-me, ou te devoro!"

17-04-11

sábado, 16 de abril de 2011

Quadro de rua

Vila MadalenAmsterdam, seis horas da manhã
O fato(anterior à meia-noite) envelheceu

Quem beija seus lábios incendeia
Agora, o som "Bomba Estéreo" colombiano

Miles Davis(no céu ou no inferno) jamais ao novo desatento
Os padeiros dormem, a banda acordes

"Ronda Noturna, século XXI", pinceladas de Rembrandt

16-04-11

Vodoo

Ela alfineta o boneco, o quarteirão estremece
"Bom dia, boa tarde e boa noite!", mútuas saudações

Breves diálogos sobre livros
Até hoje, não sei se ela me poupa...

16-04-11

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Águas limpas

Serão negras pérolas, serão olhos
A enciumar as marcassitas...

Sábia guia dos labirintos
Quero a luz dos teus poetas
Alquimia, palavras certas
Sorver lágrimas de absinto

Vou pedir à Iemanjá
Que me traga uma sereia
Com seu canto e um colar
Pra te enfeitiçar na lua cheia

15-04-2011
 **Pérolas negras desenvolvem-se em águas extremamente limpas.

Meireles

A oitava maravilha
É a POESIA
De Cecília

15-04-2011

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Rap dos canteiros

Diz aí, o que agita você

Van Gogh sem a orelha
Bolsa de grife
As coxas da mulata

Se você escala ou surfa
Se não é um destilado
A letra de um bom samba
Um sonho melecado
O seu novo catamarã

Pode ser um carro
Um loteamento fechado
Uma nova marca de cigarro

Diz aí, o que mexe com você
A alegria de uma creche
A agonia de um outsider
Uma ceva bem gelada

Se não é heroína
Na colher ou na TV
Diz aí, quem é você
Com o que que você se ocupa
Qual sua marca de chiclete

Um langerie que te acolha
Uma cachaça de rolha
Barba de quarenta e oito horas
Suas(eus) amigas(os) do minuto
O próximo inimigo

A final do campeonato
Como "aplicar" o seu elástico, pra tocar a vida em frente
A sua reciclagem de plástico

Apesar de ser um produto
De um próximo projeto
Você vai ser cremado(a)
Ou vai virar adubo

E tudo vai recomeçar
A partir de um dejeto

11-04-11

Segundas-feiras

Tenho coisas de menino
Vem a vontade de tomar o próximo ônibus, pra qualquer lugar

Haveria solução
Se ele não tivesse um destino

11-04-11

O sangue é o mesmo

Sou gaúcho por acaso, não vendo-me como tal.

Poderia ser catarinense, paraibano, paulista, judeu, carioca, italiano, belga, africano, amazonense, curdo, indiano...

Não tenho orgulho nem vergonha de ter nascido no meu estado.

Pertenço ao lugar que abriga gente boa, porque ruim tem em todo.

Meu pensamento viaja no passado, presente e futuro.

E minhas pernas não são de caranguejo. Nada contra o crustáceo que se move para os lados.

Eu gosto de caminhar para a frente, preferencialmente

11-04-11

sábado, 9 de abril de 2011

Gemetzel am Donnerstag

Wäre es besser nichts zu sagen
So furchtbar war

Wir trauen um die Kinder
Gäbe es ein Gott Ihnen nah

09-04-11

03:47 A.M. Phone Call

You ask me and I'm not pretending
Just don't know to whom my Hart belongs

But I know
When you dance it's like a Devil's pray

You make me rock all night long

09-04-2011

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Stormy Thursday

I

I'm not your love, your jail
I'm just your back door man tonight


II

Falsário
De mãos dadas com a caneta
Vai às ruas
Cata manhas da mutreta

Parece que se perdeu no mundo das fantasias
Na luz, vê breu
Morcego do dia

Que quer afinal, este --imortal-- projeto
Quer viver virtual no mundo concreto?

III

Por favor, senhora:
Traga-nos duas doses(duplas) de Jack Daniel's
A dama quer um Blues no Jukebox

Acomode-se, safada minha
Mais tarde, bem mais tarde, vai rolar aqui em cima da mesa

Se quiser, lhe sirvo o Champagne
Quem sabe cerveja

08-04-2011

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Madrigal

Generosa, por se deixar revelar

A poesia
Chega como flor que desabrocha de modo repentino

Insinuante,  vestida pra festa
Como você
Deixa ver apenas a espinha dorsal

26-09-2011

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Leitura

Excelente mestra é a palmeira de jardim
A muda resume-se a uma folha solitária, ligada a um caule fininho

Depois de assentada, requer muita água e calor
Em pouco tempo
A planta vai se espalhando pelo terreno.
Cresce viçosa, se regada com frequência

As folhas secas devem ser cortadas rente ao chão durante o verão
A medida que brotam as novas

Até parece que tem metabolismo de réptil, precisa de umidade pra trocar de pele

Ela é como o ser humano
Precisa se reciclar

06-04-11

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Paraibanas

O mar mancha a praia de esmeralda
Netuno brinca de pintor
Coqueirinho nasce colorida
Primeira filha, primeiro amor

A tela permanece inacabada
A natureza agradece, intacta
Quando a moldura liberta a beleza
Para o senhor dos mares criar Tambaba

01-04-2011

segunda-feira, 28 de março de 2011

Ao menos, aparentam

As primaveras estão mais próximas da felicidade

28-03-2011

Atemporal ( Tributo )

A cada gemido da guitarra
O pontaço de uma lança

Um tributo ao prazer
Feitiço em forma de dança

Hipnose a brotar das cordas ciganas
Blues contra preconceito sacana

28-03-11....para Albert King(1923-92)

domingo, 27 de março de 2011

Gozo com mel

Pãozinho de forno à lenha, manteiga e queijo da colônia
Leite do meio da serra

Geleia de figo, aromacafé
Ma.....(Cio das Mãos).....mão.

27-03-11

sexta-feira, 25 de março de 2011

Velocidade da flor

Leve como a pluma
Gestos de bailarina

Aquece-se a atleta matutina
Moldada mulher
No ventre da densa neblina

Revelada a obra prima
Em carne e osso esculpida

Traspassa o ar a rosa tatuada
A correr
Mais veloz do que a vida

E do chão que ela pisa
Brotam versos de preciosa rima
Onde poetas bebem vocábulos
Como água de fonte cristalina

25-03-2011

Das (dispensáveis) Respostas

Se,um dia, perguntarem (se poeta, eu sou)

Diga que você não sabe


Eu, também, não o sei

Quem eu sou, na verdade

Ainda não desvendei

25-03-11

Poemenino(a)

Quando crescer, eu quero ser Itaúba

25-03-2011

Fotografia, março de 2011
(Google)
Mezilaurus Itauba



25-03-11

Cortina

Ao brilho das(quase) Esmeraldas

apArta-me o peito em voal...

25-03-11

Piscina

Você em mim(água)

25-03-11

quinta-feira, 24 de março de 2011

Filetes

Quando a vidraça chora no outono, parece que a casa saboreia o abandono

24-03-11

Dicionário

Ortodontia: Parte da odontologia que estuda as formas de corrigir as deformações congênitas ou acidentais dos dentes.

Sinônimos:Ortodontosia e "No dos outros é colírio".

24-03-11

anständiges Brot

Um den See höre Ich die Gitarre spielen
Blues auf der Speisekarte steht

Als Nachtisch gibt es Schnee, den Ich aus dem Himmel bestelle
So reist die heitere Seele

24-03-11

quarta-feira, 23 de março de 2011

Pentelha

Madrugada
Três horas e dezenove minutos

Encrava a palavra na mente

Ela quer brincar
De briga de travesseiro

23-03-2011

terça-feira, 22 de março de 2011

Salgado e doce

Como se explicar preciso fosse
As diferenças entre salgado e doce

São mais doces os momentos com você
Pois a simplicidade é minha doceira

Ela adoça com seu sorriso
Trata o amor a sua maneira

Quando faz quitutes salgados
Usa suas lágrimas como tempero

Pra me deixar com gostinho de mar
E o sal, cheio de inveja no saleiro

Como se explicar preciso fosse
As semelhanças entre salgado e doce


22-03-2011

Fotografia, jlcalliari

Minúscula cidade






Farfalhar de folhas nômades
Grilos, latidos de vira-latas




Mordidas
Da tesoura do jardineiro


Cigarras
Cujo canto não mais zizia


Pássaros sonolentos


Inação de janelas  entreabertas



Por fim
Mesclado ao aroma do coar do café


O gemido da bela da tarde




22-03-2011




Fotografia, jlcalliari


Diário de bordo de um alienígena I

Mais raros
Que nossas naves


 São os automóveis


 Nos campos de cima das serras



22-03-2011

segunda-feira, 21 de março de 2011

Ainda uma criança

Bem, Senhor Presidente
Tenho nas mãos, somente, uma caneta
E um papel, em branco, não reciclado

Uma queixa
Pra Vossa Excelência
Pegar menos pesado

No mundo, tem cidadão que perde pra bixo
Faz cocô na calçada
Onde ganha seu pão no lixo

Senhor, tem seus falcões de guerra
O famoso protocolo
Mãe com filho no colo
Que talvez nem pise na terra

E, lá no seu império
Nas alcovas, o sistema ensina
Como ficar mais perverso
Até a próxima chacina

Quem menos polui, fica mais pobre
Mas vamos em frente
Que o Samba é nobre

Ah! Senhor Presidente:
Se poesia fosse verdade
Eu chegaria à maior idade

21-03-11

Mundo

A curto prazo
A poesia não altera seu quadrado

Pode mudar o redondo
A prazo longo

21-03-11

domingo, 20 de março de 2011

O baile II

A borboleta parte no trem que vai pra primavera
Segue para o lugar
De onde vem os instrumentos da jovem orquestra de canários

20-03-11

sábado, 19 de março de 2011

Pode ser a sua

A pessoa amada está nos parques
Cinemas teatros bares automóveis

Escadas rolantes restaurantes chiques--outros, nem tanto--

Ela habita puteiros
Saraus festas familiares

Conventos internet programas de TV
Sarjetas viadutos

Está no caminhar da vizinhança
Na face de toda gente

Na campainha do telefone que não toca
Na carta sem nome do remetente

19-03-2011

Spitze Vorstellung

Aus Fenster blümt
Sieht Man Gelb, Rot, Blau, Weiss und noch Grün

Verabschied sich Der Sommer
Mir ist halb so schlimm

19-03-11

sexta-feira, 18 de março de 2011

terça-feira, 15 de março de 2011

Samba falcatrua

Mulher bonita
Dispensa excesso de maquiagem
A pele mostra por fora
De dentro vem a bagagem

Não sei se é o seu caso
Nem ando com desgosto nenhum
Aprendi em roda de samba
Melhor só que com 171

Por isso lhe olho de quina
Tenho pêlo de gato escaldado
Melhor bancar o indiferente
Que sambar de sapato trocado

15-03-11

Poema extraviado

Como um país sem governo
Como o sapato da Cinderela
Como um ricaço carente
Como musa sem poeta
Como bebê na lixeira
Como poeta sem musa
Com um mendigo
Como uma lágrima falsa

15-03-2011

segunda-feira, 14 de março de 2011

Ambrosia

Além de imortais, os Deuses do Olimpo
Tinham a fórmula da felicidade(simplicidade):

Ovos, leite e açúcar

14-03-11

domingo, 13 de março de 2011

Vice e Versa

Se, o que ele sente por você é pena
E,por isso, ele lhe machuca
Você não é o doce dele
Ele não é seu mestre cuca

Se, o que ela sente por você é piedade
E, por isso, ela lhe usa
Você não é o poeta dela
Ela não é a sua musa

13-03-11

sexta-feira, 11 de março de 2011

Trilhas

A cada cem metros
Um boteco

De cinquenta em cinquenta
Uma farmácia

Cada um com seu remédio

11-03-2011

quinta-feira, 10 de março de 2011

Desassossego

Melhor seria andar disperso

Pra encontrar a poesia de verdade

A ficar no aguardo de um verso

Como um ato de caridade

10-03-11

domingo, 6 de março de 2011

Invisível

Ali está ela, inquieta
Mesclada aos múltiplos tons de rosa e ao branco da Quaresmeira

A poesia

06-03-11

sábado, 5 de março de 2011

Avenida

VAI-VAI, Maestro

João Carlos Martins

Derrama esta Força, este Samba

Essa Alegria em mim

05-03-11

Último desejo

O tio da Vera e da Ana
Sempre foi de fazer troça de tudo.

Na cama, moribundo
Comunicou aos familiares:

"No meu velório, sepultamento ou cremação
 Vocês não precisam comparecer"

"Nem preocupem-se comigo
Pelo simples fato de que eu não vou estar lá".

05-03-2011

quinta-feira, 3 de março de 2011

Punk

Quem cuida de jardim não guarda energia suficiente pra malhar na academia

03-03-11

Tanoeiro

No lugar de onde eu venho, a pessoa que fabricava pipas de madeira para armazenar o vinho, chamava-se Tanoeiro.

As pipas eram feitas de Acácia, uma árvore de peculiar madeira, a qual cresce nas margens dos rios da região.

A madeira da Acácia, quando molhada, incha. Ela absorve o líquido, seja água ou vinho, impedindo que escorra pelas frestas do barril. Ao redor do barril amarra-se uma cinta de aço, para evitar que as lâminas de madeira se desprendam e o conjunto se desintegre.

Ainda guardo um pequeno balde,  feito artesanalmente com essa madeira.
Toda vez que o encho com água, passa o filme de minha infância.


03-03-2011



**
Embora seja uma árvore de reflorestamento, 
desconheço, se hoje em dia, o corte da Acácia é permitido.

Fotografia,  jlcalliari

Minhocas

O pensamento afoito alimenta-se de vírgulas

03-03-11

quarta-feira, 2 de março de 2011

Um livro sem epílogo

Pastel de feira, sonho com recheio de marmelada
Bife, dois ovos e arroz, no centro acadêmico

Na porta da noite, as meninas do ap. da André da Rocha
O projeto Pixinguinha, MPB4, João Nogueira, Clementina


A festa não termina
Cervejada, incursão a pé pelos bares do Bonfim

Sopa no Treviso, mercado público
Esperando a cidade despertar

Será que sai churrasco amanhã(sábado)?
Depois, roda de samba até...

02-03-2011

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Warmth

Someday
I'll ask you to stay
We'll talk under the trees

Then, this day
Our friend, the shadow
Will make confortable our sleep

24-02-11(for D)

Quando

Quando o sargento Garcia prender o Zorro

Quando a Diana casar com o Fantasma

Quando o Super Homem for imune à Kriptonita

Quando eu for Papa

Quando ressucitar Frank Zappa

Quando você usar um vestido de chita

Quando o samba voltar para o morro

Quando Batman e Robin pedirem socorro

Quando você me amar de verdade

Quando Narda esquecer Mandrake

Quando o Recruta zero engordar como o sargento Tainha

24-02-11

Poemestético

Não resolve turbinar o bumbum
Se da boca só sai pum

24-02-2011

Dos imprevistos

Até parece que a sorte se cala, quando a saúde da gente se abala

23-02-11

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Bula

Efeito colateral--matinal--, após noturnas doses de carinho:

Indecisão do paciente entre despertar e flutuar

19-02-11

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Até a próxima

À direita da entrada, uma pequena rampa dá acesso à sala
Está ali no canto, ao lado da televisão
Nunca se acostumou com ela pela manhã

Beijo-lhe a testa, depois a face
Estendo as mãos, abraço, apalpo seus braços pra reter o tempo
Nunca reclama de nada, meu espelho

Tem de ser dor de derrubar, de parar em hospital
Enganamos lágrimas num passeio ao passado e ao futuro
Não há muito a dizer, está lúcido e ciente."As coisas são, como são". Sorri e ensaia piadas.

Chamam para o almoço, estamos nos despedindo

16-02-11

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Estratégia

Chegou do Uruguai, não da Argentina, a pseudo frente gelada.
Lascou um "selinho" nas folhas do gigante abacateiro e foi-se.

Retiram-se, brevemente, as formigas. "Amassam o pão", à espera de um outono-inverno veneziano, quem sabe?

Dos tufos de terra molhada--que se assemelham a pequenos vulcões-
Emergem as primeiras cabeças das lava-pés(Solenopsis), surpresas com o retorno do verão.

14-02-11

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Mareika

A criança nos braços de uma mulher, ambas acomodadas no sofá
Um nome russo, na Alemanha de um muro recém posto abaixo

Nunca mais as vi
Agora, a fotografia

Uma mulher
E um país que se adapta

12-02-11

Despedida

Aqueço água na chaleira
Passo um café de saco
Esquento o pão pra você

Antes do seu despertar, calço os sapatos
Desço a ladeira
Em busca do que poderia ser

12-02-11

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Brinde

Olhos na proa, além do horizonte
É sem leme a nau de poeta

Lobo desgarrado da alcateia
Comida de ursosistema

Versa no terreno de ideias
À desvairança

Brindemos!

11-02-2011

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Desvelo

Affettuosa, no fa così (Afetuosa, não faz assim)

Sei que você se magoou
Mas não posso responder
Ao que você não perguntou

Avesso às circunstâncias
O sentir não é proibido, ele existe
Pela nossa breve afinidade
Esse canto não é triste

Se, os dedos olhos foram
E com eles vimos um jardim
Negue que gosto de você
E que você gostou de mim

10-02-11

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Bastimento

Assovia a lâmina dentuça

Brotam lágrimas, de sua majestade, o chorão

Desde as folhas, tronco abaixo além das raízes

Como a regar, no ventre, a próxima muda

09-02-11

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Ortovisão

Do seu jeito, a morena me diz:
" Veja os trapézios nos dentes como uma imagem lúdica"

Esqueci-me da dor
Quando me larguei porta afora
A cidade estava tomada de brinquedos

08-02-2011

Blues de sábado

Deixemos assim
entregue a um sábado qualquer

Eu lhe telefono de um balcão de bar
onde deito o poema no granito

Arredo uma poltrona à altura de dois pares de olhos aquários,
querendo partir os vidros

08-02-2011

Passeio

Ao seu redor
Gravito adolescente

Para renovar o ar

08-02-11

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Enfatuado

Quando? Eu sempre soube:
O tempo me percorre como o mar

Onde? Eu ainda não sei:
Como se o lugar ofuscasse o tempo
Roubasse o poder do acontecer

Essa bola toda, nenhum espaço físico deveria ter

06-02-11

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Petição frente ao mar

Que Iemanjá nos proteja
Para que nos reencontremos 

Que eu possa  retribuir , neste dia,tudo que eu sei que não é preciso
Pois a resposta flana no silêncio 


( Para Lalo e Celsinho)

04-02-2011

Toca Led ou Raul

E, ao som do Rock and Roll do Bicho da Seda

Mamãe tico-tico ensina seus filhotes:

Árvores, cujo destino é a indústria de celulose

Não prestam para (re) pouso

04-02-11

Bentas horas

Uma cortina do olho a outra chama, preguiçosa
Como se fosse a senha para um bocejo

Estico o corpo inteiro
Saúdo a mediana claridade

Arrasto minha coragem em ponto morto
Ao encontro do seu modo de engatar (-me)

04-02-2011

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Pavimento

Houve um tempo em que o trem parava na estação
Os palhaços desembarcavam, seus passos não encontravam chão

Hoje, eles brincam como Chaplin
Chutam letras nas nuvens

Primeiro o A, depois o B...
Negociam com as vírgulas, brigam com a gramática

Até passar o próximo comboio

03-02-11

Banzado

Brindes ao inesperado, sem idolatrias

03-02-11

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Después de La Vendimea

Manos frias, corazón ardiente
Tinto de amor (colorido-a- de amor)

Hacia gusto ver lo(a) bien

Você o(a) tratava como a um chinelo velho
Quando ele soltou as tiras, os pés eram os seus

01-02-11

domingo, 30 de janeiro de 2011

Tambor

Nessa madrugada
A essência do que eu sou disse-me assim:

"Seja tudo o que você desejar, na estrada".
"Só, não se esqueça de mim."

30-01-2011

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Cereja de bolo

Intimidade.............hoje em dia

27-01-11

Laranja

Em gomos

Um de cada vez

A se descobrir


Tem a pele pronta pra roçar

E um sumo de Lingerie

27-01-11

Passageiros

As coisas estão espalhadas por aí
À névoa apegadas
Ao sabor do vento elástico

Nós as admiramos, sentimos
Conversamos com elas

Um sussurro, um grito que ecoa de algum poço
Um sorriso
Vivemos pra topar com espelhos

27-01-11

Poem (a) marelo

O motivo da insônia sob o vestido
Atiçados faros, trançados de coxas
Calor de vertentes termais

Chamamentos, verbos
De sobrenome: Esperança

27-01-2011

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Beija-flor

Ficou suspenso no ar

Quando o brinco-de-princesa ofertou-lhe a língua

26-01-11

Intrujão

O pintassilgo não pinta nada

26-01-11

Desate

Quem me dera, a fineza, o brilho, o vermelho da sua seda
Viessem para enfeitar o meu pacote

Uma tênue trama de fibras, tributo à beleza
À delicadeza do tope

Um mapa sobre o papel do seu tesouro em pergaminho
Por dentro dele, corpo em brasa
Coração, outrora fel
Cansado de bater sozinho

26-01-11

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Branca com renda rosa

Como ousam, cores vilãs
Roubar-me o mel, a maçã o canto
Gemidos que desconheço
Rendados em verso e prosa

Tocassem elas meu peito
Tomado de poesia e lume
Levariam-me aos jardins do teu éden
Às essências dos teus perfumes

24-01-2011

Poemelétrico

Você se encosta

 Eu curto-...#&*.#@..^^*@++¨¨¨.\##@**...-circuito


24-01-2011


Fotografia, jlcalliari
Amsterdam Central Station






Gorjeios

As comadres resolvem colocar os assuntos em dia.
Tudo bem, se não fosse no galho colado à veneziana.

Devo confessar, o som é de alta fidelidade, estereofônico.
Mansamente, de um olho só, procuro um certo alento no relógio de cabeceira.
Ele não perdoa: São cinco e quarenta da madruga, batidinho.

"Impossível", penso em voz alta. Nessa hora não há tagarelar entre vizinhos, nem aqui, nem em qualquer lugar de mesmo fuso.

Se abro a janela e reclamo, elas dirão que estou de mau humor e que não estão nem aí pra minha quietação. Eu não tô a fim de barraco.

Devem ter penas azuis, amarelas, verdes. Das cores do nosso estandarte, as Caturritas. O travesseiro me consola, ao contrário do relógio arrasta-me para o colo do sono. Já no sonho, com um pé no abismo, conto estrelinhas brancas sobre um fundo azul celeste.

Vivas à nossa bandeira!

24-01-11

sábado, 22 de janeiro de 2011

Declaração

Serei mais racional
Menos sensível

Mais materialista, menos pentelho
Muito consumista
Ardiloso como os políticos

E viverei para fazer dieta

Podem tampar o caixão

22-01-2011

Ping-Kong

Também quero ser macaco grande

Ter um peludo indicador

Pra "brincar" com sua frente única

22-01-11

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Armação da piedade

A terceira marcha engata no meio do viaduto
Ao lado de uma carroça

Com esse calor não há quem possa
Me diz o papeleiro astuto

Na quarta, estou de partida

Quero cores, águas, esteiras
Mares, origem da vida

Quero a cor verde
Em todas os semáforos

20-01-2011

Lágrima presa

As algemas! As algemas!

Você sai e nem deixa a chave...

20-01-11

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Cenapoema II

Cabelos trançados tem a moça do bairro Rubem Berta
Anda perdida pelos altos da Bela Vista

Sua atenção se divide entre orelhão e agenda
A vista mais bela da cidade, no verão, não foi pra praia

Pra inveja de outras prendas
Ficou na cidade, rodando saia

19-01-2011

Erva

Generoso, o mar

Vem para lamber-me os pés


Sou o desejo de ser

A bomba do seu tereré

19-01-11

Moda

Suas questões, suas são
As minhas
Você não se mete com elas

Navegamos,
Atracados no cais

....................................................

Mode

Deine Sache
Die sind nur deine
Meine
Hast damit nichts zu tun

So segeln wir
Am Kai angelegt

19-01-11

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

One way

"Apaixonando-se", não é apenas um verbo pentelho-reflexivo qualquer

É também um Gerúndio
Que ainda não percebeu

Que é tarde demais para voltar atrás...

18-01-2011

domingo, 16 de janeiro de 2011

Samaumeira

Que eu não parta, antes de beijá-la a fronte

16-01-11

Um pra lá, outro pra cá

Se poeta apodrece
Quero ficar entre o verde e o maduro

16-01-11

Tempestades, Mares, Lampejos, Calmarias

Amor, Romã
Bolhas de sabão

Vagas? Sim, existem,  entrada pelos nossos átrios, à esquerda

Ou  pelas nossas cicatrizes

16-01-2011

Meias de lã

Sentávamos
Um frente ao outro
Na labuta

Ela me queria canalha
Eu a desejava puta

Nas horas preguiçosas do dia
Quanto mais ela apertava suas coxas
Mais o serviço rendia

16-01-2011

Rareza

Até parece coisa de conto de fada

Depois de você trabalhar um dia inteiro
Chegar em casa, encontrar escrito no bolo: PAZ

Com letras de açúcar de confeiteiro

16-01-2011

Estilhaços em "p"

A máquina detesta ser desligada

Quando está triturando
papéis poemas poetas

16-01-2011

Vento

Ele me traz um recado de domingo

Sentimento
joga sem regulamento

Acontece até quando se está dormindo

É bom sempre estar atento
Sonhos, nem sempre são lindos

Mas não sentir é o pior lamento

16-01-2011

sábado, 15 de janeiro de 2011

Lavor em relevo

Num passo brando de dança

Mãos arrastam meus olhos e sua calça, cintura acima


Bordam desígnios na laje os saltos da graça

Até a inevitável dobra na esquina


Sua silhueta evapora, o rádio canta, o rádio cala

Enlevado pelas artimanhas do clima

15-01-11

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Weekend

In
Your Lips

My
Trips

14-01-2011

Óleo sobre tela

Pra dizer o bem que lhe quero
Não preciso de um verso com rima
Mas um que seja sincero

Se não brotar a cadência na prosa
Me inspiro no seu perfume de rosa
Bálsamo para peito em ferida

Pra dizer o bem que lhe quero
Eu pinto um céu em nuanças de vida

14-01-2011

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Fomes

Você me almoça, eu lhe janto

Nos comemos no café

12-11-10

Batida de martelo

Alvoroço
Na quadra, o café da manhã é interrompido por um S.O.S.

Uma coruja, voando baixo, bate nos fios de alta tensão
Ela é levada ao veterinário da praia, ele mantém uma U.T.I. nos fundos da casa

Sangra pelo bico e por um olho, asa quebrada, primeira avaliação
Se não desnucou, tem cura, mas nunca mais vai voar

Virá o veredicto, instala-se o luto

12-01-2011

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Bom agouro

O pó acumula-se sobre os chapéus no cabideiro
A testa nua refresca-se ao sabor do vale

Palha à Lã, contemplo o trabalhador na lida
Toco a grama triturada, molhadamanhecida

O fio da roçadeira poupa o besouro sonolento
Que parece estar no seu ciclo de sorte

10-01-11

domingo, 9 de janeiro de 2011

sábado, 8 de janeiro de 2011

Erwartungen

Frhöliche Nacht, heilige Nacht

Hoffnung auf einen Wunder

Kommen aber massive Dosen vom Quatsch

08-01-11

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Magia

Conta com a sorte, ao vislumbrar a poesia
Que paira no ar desapercebida

Com o tempo, você terá de ser forte
Porque ela vai querer permanecer sumida

06-01-11

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Poderosa

Toda branca, ou Toda rosa



Flocosa
De nome Mimosa



É falso
Que flor no asfalto não vinga


Rósea
Bracatinga

05-01-11

sábado, 1 de janeiro de 2011

Fábula

"Acho que ontem comi uma cigarra "...cai em si a formiga
Ao se defrontar com o amasso na cara

01-01-11