Abrem-se feridas no verde
Outrora, das encostas protetor
Vela o rio em seu leito os filhos
Assassinados
Indiferença, luto
Sonega-se da natureza o futuro
O homem
Único culpado
31-03-2014
segunda-feira, 31 de março de 2014
domingo, 30 de março de 2014
Complexo da Maré
Esgotar-se-á a propaganda
Em um milésimo de segundo
Após a copa
Deste estranho mundo
30-03-2014
Em um milésimo de segundo
Após a copa
Deste estranho mundo
30-03-2014
sábado, 29 de março de 2014
Telas inacabadas
Existimos
Apenas no movimento
Ele é simples, pendular
Seu trajeto é habitado pelo ar
Não ocupamos o espaço, na inércia
Ali é para poucos, para os que dominam a arte do pensar
Tateamos o abstrato
Pegamos carona no impulso
Não somos, jamais seremos
Aspiramos ser
29-03-2014
Apenas no movimento
Ele é simples, pendular
Seu trajeto é habitado pelo ar
Não ocupamos o espaço, na inércia
Ali é para poucos, para os que dominam a arte do pensar
Tateamos o abstrato
Pegamos carona no impulso
Não somos, jamais seremos
Aspiramos ser
29-03-2014
terça-feira, 25 de março de 2014
Estágios
A adolescência
Assim se fez
Bebia todas
Pra disfarçar timidez
Hoje, ela faz
Por puro prazer
Porque não suporta ressaca
Decidiu
Há tempos
Mitiga a cachaça
25-03-2014
Assim se fez
Bebia todas
Pra disfarçar timidez
Hoje, ela faz
Por puro prazer
Porque não suporta ressaca
Decidiu
Há tempos
Mitiga a cachaça
25-03-2014
Olhos mendigos
Pediam-se em silêncio
Embaraçados
Indiferentes ao apelo das mãos
Surpreendidos
Necessitavam-se com urgência
Apesar dos labirintos
28-03-2010 e 25-03-2014
Embaraçados
Indiferentes ao apelo das mãos
Surpreendidos
Necessitavam-se com urgência
Apesar dos labirintos
28-03-2010 e 25-03-2014
domingo, 23 de março de 2014
sábado, 22 de março de 2014
Miragem
Alguns velozes
Outros nem tanto
Em muitos trens
Eu viajo
Quando lapidado
Penso dominar meu ponto
Somente
Até o próximo acaso
22-03-2014
Outros nem tanto
Em muitos trens
Eu viajo
Quando lapidado
Penso dominar meu ponto
Somente
Até o próximo acaso
22-03-2014
sexta-feira, 21 de março de 2014
Quase lá
Carrego um chip subcutâneo
Dispenso laptop e celular
Aos poucos, serei de antanho
Mais um material pra reciclar
21-03-2014
Dispenso laptop e celular
Aos poucos, serei de antanho
Mais um material pra reciclar
21-03-2014
terça-feira, 18 de março de 2014
Surf
Seca-se na saída do banho, parcialmente
Deita-se nua
Pra ser lambida pelos calmos ventos da primavera
A palma da mão alisa imperceptíveis cicatrizes
Como uma oculta câmera no teto, seus olhos percorrem terras geladas
Ela busca o lençol, cobre a cordilheira
Expande os braços abertos como se alargasse uma enseada
Liberta sonhos ancorados
Franze a testa, parte antes da lestada
Vai em busca das outras em si
Que surfam adiante das ilhas
18-03-2014
Deita-se nua
Pra ser lambida pelos calmos ventos da primavera
A palma da mão alisa imperceptíveis cicatrizes
Como uma oculta câmera no teto, seus olhos percorrem terras geladas
Ela busca o lençol, cobre a cordilheira
Expande os braços abertos como se alargasse uma enseada
Liberta sonhos ancorados
Franze a testa, parte antes da lestada
Vai em busca das outras em si
Que surfam adiante das ilhas
18-03-2014
sábado, 15 de março de 2014
Artista
Delineia traços sua alma
Derrama-se em lágrimas seu peito
Como se fosse o mês de março
*Para Amadeo Modigliani
15-03-2014
Derrama-se em lágrimas seu peito
Como se fosse o mês de março
*Para Amadeo Modigliani
15-03-2014
sexta-feira, 14 de março de 2014
Mil palavras
Um sino sem badalo
A catedral sem altar
O oceano sem peixes
Os pulmões sem ar
Um túnel sem luz
A criança sem ninar
Um bem sem carinho
Um boêmio sem bar
Uma pessoa sem face
A praia sem areia
O poeta sem poesia
O sangue sem a veia
Uma casa vazia
A pergunta sem por que
Um barco sem leme
Sou eu, sem você
14-03-2014, 1983
A catedral sem altar
O oceano sem peixes
Os pulmões sem ar
Um túnel sem luz
A criança sem ninar
Um bem sem carinho
Um boêmio sem bar
Uma pessoa sem face
A praia sem areia
O poeta sem poesia
O sangue sem a veia
Uma casa vazia
A pergunta sem por que
Um barco sem leme
Sou eu, sem você
14-03-2014, 1983
Fumeiro bravo (solanum granuloso-leprosum)
"Fumeiro-brabo"!
Segundo o jardineiro
Brinda-me o acaso
Com a fotografia
14-03-2014
Fotografia, março de 2014
Segundo o jardineiro
Brinda-me o acaso
Com a fotografia
14-03-2014
Fotografia, março de 2014
Coragem
O espaço pontilhado na ficha de inscrição
Preencha-o
Escreva ali seu ofício:
Poeta
14-03-2014
Preencha-o
Escreva ali seu ofício:
Poeta
14-03-2014
quinta-feira, 13 de março de 2014
Aceno
terça-feira, 11 de março de 2014
Naco de sossego
Na praça das rosas tem camélia
Hortênsia, cravo
Muita grama, boca-de-leão
Ninho de passarinho
Tem dois pombos cabulando aula
Que se pegam no banquinho
10-03-2014
Hortênsia, cravo
Amor perfeito
Muita grama, boca-de-leão
Cipreste
Tem muro
Tem muro
Pra escorar unha-de-gato
Ninho de passarinho
Tem dois pombos cabulando aula
Que se pegam no banquinho
10-03-2014
Fotografia, jlcalliari
domingo, 9 de março de 2014
Aula de piano
Os cabelos da mulher amada
Os olhos
Imagine-os
Beije-lhes as pálpebras
Lentamente
Escute o que dizem as teclas
Você tocará o contorno de seus lábios
Antes que a música acabe
A melodia mostrar-lhe-á sua face
09-03-2014
Os olhos
Imagine-os
Beije-lhes as pálpebras
Lentamente
Escute o que dizem as teclas
Você tocará o contorno de seus lábios
Antes que a música acabe
A melodia mostrar-lhe-á sua face
09-03-2014
quinta-feira, 6 de março de 2014
Aforismo V
Vida:
A vida é uma nesga de luminosidade
que se embrenha por entre o breve abrir e fechar de uma porta
06-03-2014
A vida é uma nesga de luminosidade
que se embrenha por entre o breve abrir e fechar de uma porta
06-03-2014
quarta-feira, 5 de março de 2014
Manhã
Branca
Simplesmente
Como neve ainda intacta
Como a espuma que me barbeia
Como as vestes de um anjo
Como o esperma
Que a minha amada acolhe
05-03-2014
Simplesmente
Como neve ainda intacta
Como a espuma que me barbeia
Como as vestes de um anjo
Como o esperma
Que a minha amada acolhe
05-03-2014
terça-feira, 4 de março de 2014
segunda-feira, 3 de março de 2014
domingo, 2 de março de 2014
sábado, 1 de março de 2014
Carta II
As últimas notícias dela
Soube-se pelas linhas que grafou
Deixou-se tatuar no abdômen uma ampulheta com areia vermelha
Cujos grãos eram-- ao tempo-- indiferentes
Fugiria da teia
Que tecia a aldeia
Sua pele não era negra
Mas ela se imaginava como tal
Estava pronto o costume
Para seu dissemelhante carnaval
01-03-2014
Fotografia, setembro de 2013
Soube-se pelas linhas que grafou
Deixou-se tatuar no abdômen uma ampulheta com areia vermelha
Cujos grãos eram-- ao tempo-- indiferentes
Fugiria da teia
Que tecia a aldeia
Sua pele não era negra
Mas ela se imaginava como tal
Estava pronto o costume
Para seu dissemelhante carnaval
01-03-2014
Fotografia, setembro de 2013
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