quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Poema do Amanhã

 


Não sou

O vermelho que tu vestes 



Nem a praia

Onde esparramam-se em ondas teus cabelos



Não sou

As curvas que o sangue faz

Pra acompanhar tua silhueta



Nem tua voz de sexta-feira



Muito menos

O beijo pseudo roubado

Que estaria por nascer



Não sou

O desejo que tu negas durante o dia

Pra manter as aparências


Nem a insônia

Que vem cobrar de ti a conta, na fria madrugada



Não, não sou


Pois 

Quem é mesmo


Não diz


Fotografia, jlcalliari








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