I
Sobrevoa os bairros minh' alma cigana
Eles arrebatam
O Todo de um pedaço de mim
Nas noites
Movido pelos delírios
Eu os visito
Andarilho que sou
II
Há um vão em mim
Impreciso
Aqui
No sul, no extremo
Longe do longe
Ao sul
Meu corpo, pelas frestas de cada porta
Se embrenha
Pra sossegar meus demônios
Oferto-lhes aquarelas
Que se lambuzem de cores, demônios meus !
Que se misturem às dançarinas !
III
Até que a Orgia
Escancare as janelas da aurora
Tenho a derramar
Como águas de cachoeira
Tanto teatro
Sobre meus porões
03 -07 -2022
Fotografia, jlcalliari
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