sábado, 26 de novembro de 2016

Visitas

As horas vieram me dizer
Que estão, um pouco, agoniadas

Deve ser
Por causa da anunciada tempestade

Na sala, eu escuto um estranho burburinho
Seres alados habitam a chaminé

Meu café necessita imediata atenção

Da mesma forma, o canarinho da terra
Ele voa pela casa

Tento apanhá-lo, ele é veloz
Frágil

Graças ao encontro dos rodapés
Na terceira tentativa, tenho sucesso

Com o cotovelo, faço correr a janela
Estendo os braços para a liberdade

26-11-2016

sábado, 19 de novembro de 2016

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Beira-mar

Dentro de uma gota de mar
mora um poema azul

No fundo do azul
há memórias de mar

Em praia deserta
a lágrima se esparrama pela areia

Brisa que vem do mar
é como cantiga de sereia

São tantas as maravilhas do mar, ao dia
as da madrugada, a gente inventa...


14-11-2016

domingo, 6 de novembro de 2016

Observações do vazio

Meu desejo é que você seja
como um vira-lata mutilado

Um cão mutilado
Nunca se rende

06-11-2016

Piperácea

Acariciava os mamilos dela o tecido
Como se fosse um meticuloso artesão

Pouco a pouco
Nutria-se o algodão dos seios

Espontaneidade sem fim
Início, ou meio

Duas vertentes de vida
Harmonizavam com o vermelho da calcinha
Que encobria os pelos pubianos

Tão lento era o movimento
Que o dia desejaria ser ano

06-11-2016

Fotografia, novembro 2016

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Carruagem de Febo

Chega cedo o sol
Pra cavalgar a duna

Apesar das manchetes
Dedos tremem
Corações disparam

Rios seguem seus cursos

Há a timidez do mar
Diante da velocidade da escuna

Quando uma das velas é içada
Por amor

27-10-2014 e 01-11-2016