Haicai

Uma penúltima saideira
Manhã, tarde, noite
Porque é sexta-feira

27-11-2015

Fotografia, novembro de 2015

Andamento

Nem termina um
O novo ciclo começa

A vida ensina
A gente tropeça

25-11-2015

Poema falante

Ela carregava o fardo das horas
Vivia num penar sem fim
Parecia uma peça no teatro
Só que de texto ruim

Não se acata conselhos
Se o barco está de partida
Pra navegar na tempestade
A vela precisa ser recolhida

Novas rotas requerem desafios
A gente se move entre vidro e cristal
O curso é a sina do rio
A água, seu bem natural

24-11-2015

Aforismo

Urbanos eruditos:

Urbanos eruditos são seres humanos, que pertencem à mesma tribo
Mas não aturam um ao outro

24-11-2015

Observações do vazio

Na esquina
Das palavras

Bordam-se
(Des) encontros

21-11-2015

Velha receita

Por primeiro

Alimenta-se o monstro

Depois

Combate-se o monstro

Quem é mais

Ou menos

Monstro?

17-11-2015

Árvore urbana

Todo
Todo

Tem
Detalhes

17-11-2015

Fotografia, novembro de 2015

Haicai

Que dor
Quando a paz
Sucumbe ao horror

16-11-2015

Fotografia, novembro de 2015

Poema remanescente

Você chega, você parte
Na hora que você quer

Talvez o que me afervore
Sejam suas (in) certezas
Suas andanças de mulher

Sobrem restos, sobrem cacos
A estrada não termina
Nos ferimentos, nos cavacos

12-11-2015

Observações do vazio

Sem provocações, a vida fica sem graça

08-11-2015

Portfólio

Maquia-se
Muda o cenário

Joga-se com luzes
No estúdio, invoca-se a calma

Há descompromisso com emblemas

Invoca-se do corpo
A alma

06-11-2015

Por fim

Espero alcançar o momento
Em que eu encontre alguns pontos
Lado a lado, reunidos

Que o desenho deles
Não forme um círculo vicioso

Mas, sim,  um traçado não capital
Jamais retilíneo

Uma estrada
Pela qual eu possa perder-me
Na busca pelo aprendizado

04-11-2015

Haicai

Que azar do Valdemar
Vive em Madri
Mas não gosta de sestear

03-11-2015

Observações do Vazio

No futebol e na  vida
Tudo depende do meio campo

Se ele não joga bem
O time se afunda

02-11-2015