domingo, 25 de julho de 2010

Ares

Dos campos, eu me agasalho

Das serras, respiro

Das cidades, falo e transpiro

Do mar, escuto e calo

25-07-10

sábado, 24 de julho de 2010

Nem tudo tem no Google

Nosso pai despertou-nos, antes do amanhecer
Ao lado de casa havia um terreno baldio, de esquina, com grama alta
Pela janela do quarto vi o mundo branco

Tanta era a neve, que os mentirosos da cidade nem ousaram aumentar a quantidade.
Durante o café, soubemos pelo rádio que as aulas haviam sido canceladas
Na praça central houve festa

Sentia-me importante, no alto dos meus 11 anos, meio às pessoas mais velhas
Ao menos, até os pés congelarem e minha mãe me passar uma carraspana

Meus dedos roxos demoraram para aquecer no fogão à lenha.
Nenhuma casa era mais linda que a nossa

24-07-10

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Cabeceira e pés

Nos amamos

No silente espaço instante


Entre duas notas

De um solo de saxofone

23-07-10

Acanhado

Por trás dos flocos
De celeste algodão

Surge o Voyeur
Como testemunha de viroses

E ela, junto ao corpo
Carrega a primavera em camadas
Num passeio acebolado fashion

O astro espreita
Aguarda o verão
Como se fosse um amante proscrito

23-07-2010

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Corneto

Chegou para jantar-nos
Traiçoeiro liquidificador

Muitos não tiraram a sorte
Monstro noturno

Rasgou as encostas do vale
Dizem que uivava, sedento de morte


22-07-10

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Auditório II

Ó, Araújo, calado Viana!!

Ilumine as cabeças
Que projetam pra você

Um novo
Teto de estrelas

21-07-2010

Rodas

Por entre corpos e ferros

Ainda não a sirene, só berros


Passa o cão, que late

Em nome de quem, prossegue o abate?

21-07-10

sexta-feira, 16 de julho de 2010

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Prosa metódica

Pra largar o cigarro, fume charuto apagado
Se, passados alguns dias, não der resultado

Acenda o charuto




14-07-10

terça-feira, 13 de julho de 2010

quinta-feira, 8 de julho de 2010

terça-feira, 6 de julho de 2010

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Por uma resposta

A Voyager

Viaja pelo espaço

Abriga no ventre um blues


"Alguém pode me contar, o que é a alma de um homem"?


A noite era escura, canta Blind Willie Johnson

À espera de um eco na solidão de luzes

02-07-10